Jorge Jesus, treinador do Sporting, concedeu esta quarta-feira uma longa entrevista à televisão do clube leonino. Entre várias críticas às arbitragens, o técnico reconheceu erros próprios.

«A partir do jogo do Estádio da Luz, o Sporting começou a ter algumas complicações em relação à qualidade de jogo. Habituámos os nossos adeptos, logo no primeiro ano, a termos uma qualidade de jogo muito alta, a termos feito um campeonato surpreendente, com 86 pontos, algo que eu nunca consegui, mesmo sendo campeão», começou por dizer.

A época passada elevou a fasquia: «Foi com uma expectativa muito alta que partimos para esta segunda época, mas isso é o preço do sucesso. Não é uma época para esquecer, é uma época para recordar, de forma para que para o ano não cometamos alguns erros que cometemos.»

«O coração da equipa era muito forte no ano passado, com William, Adrien e João Mário. Este ano, principalmente numa fase do campeonato, foram jogadores que não renderam tanto. Um não está cá, falo de William e Adrien», salientou.

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Jesus garante que não desistiu do título nacional: «Eu e os jogadores acreditamos, vamos encarar todos os jogos como se estivéssemos em primeiro. Vamos encará-los no sentido de nos aproximarmos. Toalha ao chão? Que eu saiba isto é futebol, não é boxe. Nós não mandamos a toalha ao chão.»

É um ponto de honra ser campeão pelo Sporting? «Claro que é um ponto de honra, para mim e para o Sporting. Foi com esse objetivo concreto que vim, de ser campeão, de reduzir o espaço entre o Sporting e os dois rivais. Em 40 anos, o Sporting ganhou 4 campeonatos. Sei perfeitamente a diferença que havia.»

«Há que criar estruturas para que a equipa de futebol tenha uma retaguarda forte, que não abane ao primeiro percalço», salientou Jorge Jesus, a certa altura, falando sobre a remodelação que está em curso na estrutura do futebol.

Durante a conversa, o treinador do Sporting revelou ainda ser um seguidor atento de lutas vale-tudo: «Costuma assistir a debates sobre futebol? Não todos. Vejo muitos desportos, mas não só futebol. Vejo muito basquetebol e sou um fanático pelo vale-tudo, uma luta que só dá depois da meia-noite. Conheço a cultura do desporto e tenho dois filhos fanáticos no meio disso.»