Está pronto para uma viagem pelo mundo do incrível? Veja lá, olhe que há coisas mesmo levadas da breca.

Bem, pensar que mais um ano já passou é, por si só, algo incrível. Parece que foi ontem aquele pontapé do Éder e veja quanto tempo já passou.

Ah, se pudéssemos voltar atrás no tempo…

Bem, nós não voltámos, mas o herói de Paris foi convidado a fazê-lo e, adivinhe, no meio de adeptos franceses. Ui, deve ter ficado com as orelhas a arder. Se calhar foi por isso que escolheu o frio da Rússia depois.

Bem, pouco importa, pouco importa…

Começámos com um cheirinho a passado e, já que falamos de cheiros, por que não começar precisamente com a estreia «cheirosa» de Gabriel Jesus no Manchester City. Se hoje em dia é um dos craques da máquina que Guardiola montou, quando veio do Brasil viu-se aflito…literalmente.

Quando a natureza chamou, Dumoulin não pareceu interessar-se por perder tempo numa etapa. Fez um desvio e pronto.

Piadinhas de mau gosto, não é?

Pois, há jornalistas que gostam de inovar e apostar numa onda mais humorística. Que o diga o selecionador da Roménia, Christoph Daum, que provou que «pela boca morre o peixe» e quase foi pescado por um repórter.

Quem não pescou nada do assunto foi a noiva do adepto do Watford, que julgou estar a ouvir um bonito discurso de amor, mas afinal o noivo falava de um jogador da equipa, agora treinada por Marco Silva.

Meteu água o moço, ao contrário deste comentador romeno (outra vez os romenos), que decidiu juntar o melhor de dois mundos e narrou o jogo do carro, para se abrigar da chuvada.

Do país do Drácula veio outra das histórias macabras do ano. O Benfica Ileanda foi obrigado a mudar de nome…pelo Benfica (surpresa!). O clube de Bucareste foi ameaçado com um processo na justiça e decidiu acorrer ao pedido das águias. Só de pensar que nessa altura tinham perdido um jogo por 28-0…

Ufa, tempos complicados.

Como aqueles que Jose Antonio Camacho viveu no Gabão. O antigo treinador do Benfica não foi capaz de levar os africanos ao Mundial 2018. Tudo por culpa…do sumo de laranja.

Ele há coisas.

Quem ouvir isto até pensará que é loucura, Qualquer dia dizem que as vacas sabem jogar à bola. Ah, espere lá! Até se arranja uma coisinha dessas.

O Borussia Dortmund deve ter visto umas quantas quando esteve apeado numa deslocação ao reduto do Lotte. Foi preciso um trator para tirar o autocarro da lama.

Situação diferente teve Quim Machado, que também ficou apeado, mas porque lhe roubaram os pneus do carro. Os jogadores Belenenses ofereceram ao então treinador um pneu de trator para remediar a coisa.

E já que falamos em veículos, porque não relembrar o senhor lambreta. Eliseu foi o grande protagonista da festa do «tetra» do Benfica, ao apresentar-se com uma Vespa personalizada. Do relvado ao balneário da Luz e daí até ao Marquês de Pombal. A mota do português ficou na história dos festejos, teve direito a um lugar no museu e a uma recordação da autarquia lisboeta.

Tantas transferências loucas e ninguém levou estes

O ano ficou marcado por transferências avultadas, mas alguns dos exemplos que se seguem devem ter gerado bastante arrependimento.

Gafanha e Fafe anunciaram o mesmo jogador no mesmo dia e geraram o caos no mercado. Seria ele tão bom que valia por dois? Bem, se fosse como estes dois, cada euro seria chorado como se não houvesse amanhã.

Na Bundesliga, por exemplo, assistimos aquele que provavelmente será o guarda-redes mais distraído do mundo. Reflexos apurados, mas uma lastimosa visão periférica. Disse ele que confundiu a marca de penálti com a bola.

Já o guarda-redes do Belgrano deve ter reclamado um aumento, quando ganhou a corrida a quatro adversários que seguiam isolados para a baliza. O treinador deve ter ficado numa pilha de nervos. Só faltou fazer o pino, como o então técnico interino do Rangers.

E o que dizer de Aurier? Demorou tanto tempo a equipar-se, que acabou mesmo por ser corrido do PSG. Ou Evra, que fez o que não devia antes de um jogo em Guimarães e foi despedido do Marselha.

Ganham tantos milhões e não têm juízo.

Bem fez o Oxford City, que foi franco e disse logo ao recém-contratado Matt Paterson que iria ser apresentado num McDonald’s. Não houve cá tempo para extravagâncias.

Quem não se importava de ter sido convidado era o então guarda-redes do Sutton, que foi apanhado a comer durante a partida com o Arsenal, na Taça de Inglaterra. Mais tarde, o jogador foi suspenso e despedido, por ter sido comprovado um envolvimento em apostas. Perdeu 14 quilos depois disso, veja só. Dieta de sucesso.

Bas Dost mostrou ter um gosto mais refinado, mas era homem para alinhar numa almoçarada também, pelo menos a avaliar pela fome que teve após um jogo da Holanda. Nem na zona mista largou os noodles. Mourinho seguiu-lhe o exemplo e nem se importou de aparecer na televisão de boca cheia.

Voltando aos jogadores. Por esta hora já deve estar a perguntar: então e falhanços não há? Claro que sim, mas é difícil escolher os melhores. Deixamos estas três sugestões: o de Danny Verbeek, de Neal Maupay, ou ainda este, num jogo do Harkemase Boys (talvez o melhor).

Se uns ficaram na memória pelo que falharam, outros há que deixaram o nome pintado a letras douradas na história do futebol. Como Kazuyoshi Miura, o japonês de 50 anos que bateu o recorde de longevidade e, uma semana depois, tornou-se no mais velho de sempre a marcar na liga nipónica.

E porque o assunto é dinheiro, Ryan Colclough viveu um daqueles momentos impagáveis. Já tinha apontado dois golos num jogo do Wigan, mas foi substituído para assistir ao nascimento do filho.

Uma noite de sonho. E já que falamos nisso, ainda se lembra da «remontada» do Barcelona ao PSG? Pois saiba que os festejos do golo salvador de Sergi Roberto provocaram até um pequeno sismo na cidade catalã.

Quem não se deve ter apercebido disso foram os jogadores do Dortmund, que estavam rodeados por uma colina, comprada para afastar «espiões». Para fins de manutenção da mesma, quem sabe se o Barton Rovers não era capaz de emprestar o reforço sonante do verão: um ancinho.

Quando eles decidem dar espetáculo…ou barraca

Os adeptos são parte essencial do futebol e, por vezes, gostam de ser eles a dar espetáculo. Veja-se o tributo que o Stade de France fez, aquando do particular entre França e Inglaterra, dois países que tinham sido assolados por ataques terroristas.

But don't look back in anger...

Arrepiante!

(e, pelos vistos, Martin O'Neill tem um irmão que toca guitarra)

Não menos emocionante foi o tributo dos adeptos do Feyenoord ao guarda-redes Brad Jones, na data em que se assinalaram seis anos desde a morte do filho. Foram os mesmos encheram as ruas de Roterdão de manhã para conquistar um título que fugia há muito.

Dizem sempre presente. Como no Cairo, em que só com recurso a imagens aéreas foi possível ver a multidão de gente presente num treino do Al Ahly, em vésperas da final da Champions africana (que viriam a perder).

Em Inglaterra, a festa da subida do Brighton à Premier League começou logo no comboio, com jogadores e adeptos numa espécie de concerto de rock em movimento. Foi também em festa que a «muralha amarela» do Dortmund saudou o regresso do rival Subotic à antiga casa.

«Il Imperatore»Francesco Totti disse adeus aos relvados e foi ovacionado num estádio em que, outrora, fora vaiado.

Há adeptos tão dedicados, que fazem de tudo para poder assistir ao jogo. O pior é quando as coisas correm mal, como aconteceu ao hincha do Boca Juniors, que ficou entalado na Bombonera.

Pois é, além de dedicados, eles também não esquecem. Para o bem e para o mal.

Os apoiantes do Brondby tentaram desconcentrar o grande rival ao atirar para o relvado ratos mortos. Os do Crystal Palace não foram suficientemente perspicazes para perceber que vandalizaram o autocarro da própria equipa. Em Itália, os que torcem pelo Milan atiraram notas a Donnarumma, na altura em que o jovem guardião se mostrou reticente quanto à renovação.

Ó mister, o que está a fazer?

Os treinadores merecem também um cantinho especial nesta revista, até porque, às vezes, há uns que decidem virar protagonistas.

Ricardo La Volpe enganou-se nas funções e interrompeu um contra-ataque do adversário. Sá Pinto também entra nesta galeria, devido a um episódio caricato durante uma partida da Taça da Bélgica. Alegou ter sido atingido por um objeto vindo da bancada, caiu para dentro das quatro linhas, interrompeu o jogo e acabou expulso, mas apurou-se (a flash foi um mimo).

Jorge Jesus virou ator numa campanha contra o sal, mas também se mostrou contra a cerveja, dias depois.

Ulisses Morais é que não deve ter recusado uma «fresquinha», depois de tanta dança na Malásia. O treinador português foi um autêntico mestre-de-cerimónias nos festejos do título.

Enquanto Sampaoli visitou uma fábrica que prometeu dar televisões caso a Argentina não se apurasse para o Mundial, em Espanha, Luis Enrique entrou na TV de todos ao tentar acordar um jornalista que adormecera durante a conferência. Mourinho abriu o ano com boa disposição e decidiu atender o telefone de um repórter em direto.

Nas modalidades, houve, entre outros, o impressionante jogo de futebol americano debaixo de um nevão, uma saltadora tramada pela peruca e até uma seleção indiana de tiro que foi retida no aeroporto por...posse de armas.

Depois desta viagem à volta do Mundo, o melhor é mesmo terminar em casa, da mesma maneira, isto é, a recordar um dos heróis portugueses. Cristiano Ronaldo recebeu a Bola de Ouro no topo da Torre Eiffel e viu o Aeroporto da Madeira ganhar o seu nome. Ainda assim, o melhor do mundo não conseguiu arranjar um escultor melhor para lhe fazer o busto e deu aso a uma paródia global.

Estas foram as escolhas de entre muitas outras que podiam aqui estar. Incrível é perceber que haverá sempre coisas destas para nos animar o dia.

Não acredita? Para o ano falamos.