Os onze anos que passou no F.C. Porto não conseguem ser apagados da memória, mesmo que nem tudo tenha corrido na perfeição. José Eduardo foi uma promessa que não conseguiu afirmar-se e agora tenta a sua sorte no Hapoel Jerusalém, da II Divisão israelita.
«É claro que gostava de jogar em Portugal, mas vai ser bom estar aqui, porque vai dar para crescer, quer como pessoa, quer em termos desportivos. Estou num bom sítio, porque as pessoas gostam de mim e sinto que existem condições para poder ter sucesso», confessou em tom confiante, ao mesmo tempo que se tenta esquecer das muitas promessas feitas e nunca cumpridas ao longo da sua carreira.
No F.C. Porto, a história foi simples e não parece ter deixado mágoas. «Em 2001 éramos sete guarda-redes. A primeira vez que fui chamado à equipa sénior foi com Fernando santos, mas foi Octávio que me colocou no plantel. Posso considerar que tive alguma falta de sorte, mas não só isso. Também me lesionei no ombro em Novembro, deixei de jogar e só o voltei a fazer na época seguinte, já no Portimonense. Com isso perdi algumas coisas, porque deixei de ser chamado à selecção nacional e em Portimão a época não me correu muito bem, pois praticamente não joguei. Foi um conjunto de situações que me impediram de dar o salto», lamenta, não deixando de salientar o «bom trabalho» efectuado pelo seu colega Botelho no clube algarvio.
José Eduardo, em todo o caso, não esquece do que ocorreu nas Antas, quando poderia ter ficado no plantel principal e acabou por se ver relegado à equipa B: «Tinham-me dito que o Pedro Espinha ia ser vendido ao AEK de Atenas, porque estava lá o Fernando Santos, e havia a possibilidade de o Paulo Santos ir para o Guimarães, mas o vitória foi buscar o Palatsi e o Paulo Santos ficou, tal como o Pedro Espinha. Se isso se confirmasse, os guarda-redes da equipa principal seriam eu, o Ovchinnikov e o Vítor Baía. Enquanto estive bom do ombro continuei a ser chamado à equipa principal e jogava na equipa B, mas depois as coisas começaram a correr mal». E a vida acabaria por o guiar até Jerusalém.