Longe de ter a dimensão mediática de Ligas como a inglesa, espanhola ou alemã, nem um bocadinho do muito dinheiro que têm franceses e italianos, aos quais se juntam as multimilionárias emergentes russa e turca, a Liga portuguesa está como o tempo que se faz sentir: ao rubro. E nem me refiro às próximas eleições, embora tudo aponte no sentido de que Luís Duque, caso se candidate, mantenha o cargo onde merece continuar, depois do bom trabalho feito no par de meses em que esteve pelo Porto. Este ao rubro, muito concretamente, diz respeito ao mercado de transferências. Até parece que dando um chuto numa pedra esta se transforma em diamante...

Posta de parte esta indesmentível situação - de onde surgiu tanto dinheiro para contratações? - o certo é que não nos cansamos de bater de frente com alguns dos maiores nomes do futebol europeu deste século. Sim, é verdade que vamos deixar de poder ver nos relvados lusos nomes tão sonantes como os de Jackson Martinez, Danilo, Nani, Casemiro, Oliver Torres, Cédric e Danilo (do SC Braga), eventualmente Gaitán, William Carvalho e Slimani. Mas não é mau de todo saber-se que Maxi Pereira quer continuar em Portugal, embora com outras cores. Perderam-se, pois, meia dúzia de grandes nomes, mas os que estão confirmados ou em vias disso não são de desprezar.

Na procura de formar uma equipa que impeça o Benfica de chegar ao tri ou de ver Jorge Jesus ser feliz em Alvalade, o FC Porto não para de se reforçar. Primeiro com gente jovem da mais fina água, como Sérgio Oliveira, André André ou Danilo Pereira. Depois com um francês de milhões, Imbula. Por fim, prometendo confiar a baliza a Iker Casillas – apesar de alguns patos, vários, em Madrid, continua a ser figura de primeira linha e em termos de marketing é jogada de mestre – e a liderança do ataque a Drogba, embora este me pareça ter o grande objetivo de aumentar a implantação do clube na África francófona.

Paralelamente, depois de vários reveses, o mais recente o de Wolfswinkel- não se devendo omitir o de Danilo Pereira, apesar da tranquilidade de JJ a esse respeito - o Sporting está a fazer tudo para garantir a continuidade de William Carvalho, mais a de Slimani, mas já assegurou Brian Ruiz, ainda um craque, tem quase certo outro, Teófilo Gutierrez, e não desiste de Douglas, o tal Luisão a verde e branco. Portanto, negócios à sua dimensão, mas com vários milhões investidos.

Contrariamente ao passado, o Benfica está mais calmo... por falta de dinheiro, presume-se. Contratou muitos jovens, aposta na prata da casa, e bem. Nome sonante, vá lá, podemos olhar para o de Carcela, mas falta-lhe contratar alguém ao nível da temporada passada, como Júlio César ou Jonas. Depende, entendo, do negócio Gaitán. A concretizar-se – e todos os anos tem sido adiado – entra dinheiro fresco e pode chegar a tal «truta». Caso contrário, os encarnados arrefecem o mercado, mas Rui Vitória não terá tantas dores de cabeça para ir à procura daquilo com que sonham LFV e a nação benfiquista: o tricampeonato.

PS: Vítor Pereira, líder dos árbitros, desfez-se em entrevistas durante a semana como forma de justificar a sua continuidade. Particularmente, mantenho a opinião de sempre: nada contra os árbitros, mas venha de lá o sorteio.