O português José Morais, técnico do Espérance Sportive de Tunis, conduziu a equipa tunisina à conquista da Taça das Taças do Norte de África, ao bater o JSM Béjaïa (Argélia), por 2-1, no jogo da 2ª mão da final. Em entrevista ao Maisfutebol, José Morais ressalvou a importância do troféu para o Espérance de Tunis.

«Foi uma conquista fantástica. Esta era a única taça que faltava no historial do clube, que este ano celebra o 99º aniversário», disse o técnico português.

José Morais assumiu o comando da equipa tunisina em Novembro, depois de uma experiência atribulada como seleccionador do Iémen. A nove jornadas do final do campeonato, o Espérance lidera com mais cinco pontos que o segundo classificado, o rival Club Africain.

«A intenção é guardar a vantagem até ao dérbi frente ao Club Africain e, se possível, aumentá-la. Os responsáveis esperam, na pior das hipóteses, que sejamos segundos classificados para nos apurarmos para a Liga dos Campeões Africana. Mas o nosso objectivo é sermos campeões. Essa é a minha meta», ressalva José Morais.

Na Tunísia, José Morais encontrou uma realidade cultural totalmente diferente. Algo a que já está habituado, depois de ter passado pela Suécia, Alemanha e Iémen.

«É um campeonato extremamente competitivo. A maior dificuldade que encontrei foi a língua, porque não falo árabe, mas a segunda língua é o francês, que domino perfeitamente», assenta.

Regresso a Portugal? É sempre um objectivo

Apesar de atravessar um excelente momento desportivo ao serviço do Espérance de Tunis, José Morais não coloca de parte um regresso a Portugal: «É sempre um objectivo. Em termos competitivos sinto-me feliz, mas não digo não a um regresso a Portugal.»

Enquanto a possibilidade não se proporciona, o técnico português refere que é sua intenção uma incursão ao mercado português para reforçar o clube tunisino. O avançado João Paiva, formado no Sporting, e que actualmente alinha no Luzern da Suíça, foi uma das possibilidades.

«É muito importante ter um jogador português de qualidade a jogar nas nossas equipas. Existe essa possibilidade. O João Paiva esteve para vir, mas o salário não era o mais adequado», contou.

Manuel José: o Arsène Wenger de África

José Morais está a sentir, pela primeira vez, o sabor do sucesso em África. Não é de estranhar, por isso, o elogio à carreira de Manuel José, que ao serviço do Al-Ahly já conquistou quatro Ligas dos Campeões Africanas e quatro campeonatos egípcios.

«O Manuel José é um caso de sucesso. Em África, compara-se o Manuel José aos melhores treinadores europeus, tal como o Arséne Wegner. É muito respeitado», elogia José Morais.