José Veiga reagiu às acusações do Sporting, na sequência do «caso João Pinto», em declarações ao Jornal da Noite, da SIC, numa entrevista conduzida pelo jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho (ouça o som).
O ex-empresário e antigo dirigente do Benfica considera que compete aos actuais e antigos membros da direcção do clube leonino explicar o paradeiro de cerca de «3,292 milhões de euros», montante que está sob investigação judicial. Veiga, segundo garante o próprio, participou nas negociações apenas como «amigo do jogador, não para ganhar seja o que for.»
«Não tenho dúvidas nenhumas de que isto é uma cabala. Já disse o que tinha a dizer ao juiz. Muitas das pessoas de que falei ainda estão no Sporting. Eu não tenho o dinheiro, portanto não posso apresentar provas», começou por dizer, na SIC, denunciando os nomes envolvidos na transferência de João Pinto para Alvalade, em 2000.
«Se alguém tem de explicar todo este imbróglio é a SAD do Sporting. É mentira. Toda a gente sabe que o João Pinto nunca teve empresário. O Sporting é que tem de explicar para onde mandou o dinheiro, se é que mandou para algum lado. Pedi que fosse levantado o sigilo bancário das minhas contas. Espero que os administradores do Sporting façam o mesmo. Estiveram presentes José Roquete, Luís Duque, Ribeiro Teles, Ferreira Lima, Correia Sampaio, Horta e Costa, Rui Meireles, Carlos Freitas. Todos membros da SAD do Sporting. João Pinto também estava presente. Estas pessoas vão ter de explicar, se foi para uma empresa lá fora que mandaram o dinheiro, porque é que o fizeram», atirou José Veiga.
Quem me diz a mim que o dinheiro não foi para algum lado, com ligações ao Sporting?
José Veiga lançou várias suspeições sobre actuais e antigos dirigentes do Sporting. As informações apontam para o depósito de uma verba a rondar os 3,922 milhões de euros, segundo o próprio, numa conta de uma empresa «off-shore». «Se há alguma burla, o Sporting tem de explicar. Quem me diz a mim que o dinheiro não foi para algum lado, com ligações ao Sporting. Disse isso ao juiz e disse outras coisas. Sinto-me revoltado», vincou o ex-director-geral do Benfica.
«Há pessoas que não querem dar a cara, estão escondidas. Quem me diz que a empresa não pertence a alguém ligado ao Sporting, que isto não foi uma operação de cosmética? As pessoas vão ter de sair da toca e explicar por que o fizeram», concluiu.