Joseph Blatter acusa Michel Platini de ser o responsável pelo escândalo que abalou a FIFA nos últimos meses.

«No início isto foi um ataque pessoal do Platini contra mim», disse, justificando: «Ele sempre quis ser presidente da FIFA, mas não teve coragem de apresentar a candidatura nas eleições de 2015.»

Assim, admitiu que antes eram muito amigos, mas depois de Platini chegar à presidência da UEFA deixaram de o ser: «Não me convidou para a cerimónia de abertura do Europeu 2008. Desde aí, não compareci mais nas atividades protocolares da UEFA, já que considerei que aquilo tinha sido uma falta de respeito, não só para mim mas para contra toda a FIFA.»

«Toda a gente que chega à UEFA se infecta de um vírus chamado anti-FIFA», atirou.

No entanto, na mesma entrevista à agência russa TASS, Blatter saiu em defesa de Platini, no que aos valores, supostamente ilícitos, que suspenderam o presidente da UEFA dizem respeito.

O suíço admitiu que depois do Mundial 1988 lhe fez uma proposta de trabalho, mas que o francês pediu mais de um milhão de francos por ano e essa cifra lhe pareceu elevada.

«Assinámos um contrato, mas não por esse valor. Trabalhou para mim até 2002, altura em que o elegeram para o comité executivo da UEFA e da FIFA. Depois disso, o contrato foi anulado, já que se ele se converteu em representante oficial da UEFA.»

Só que em 2010 Platini pediu à FIFA para lhe pagar o que lhe devia e Blatter propôs-lhe fazer as contas: «A conta cifrou-se nos dois milhões de euros, meio milhão por ano, e eu aprovei o pagamento. O meu lema é: se deves dinheiro a alguém, deves pagar-lhe. Para mim essa máxima é tudo. Esse pagamento foi por isso, não por outra coisa. »

Quanto à FIFA, Blatter considerou que não no geral o organismo não está em crise. Pelo contrário: «O futebol nunca foi tão bom como agora. A FIFA não está em crise, quem está em crise é a direção da FIFA.»