Foi um dos processos mais estranhos do último mercado e continua a dar que falar. A passagem meteórica de Júlio Alves pelo Atlético Madrid, depois de deixar o Rio Ave e antes de assinar pelo Besiktas, originou um conflito entre clubes vizinhos e «obrigou» os vila-condenses a explicarem todos os contornos da mudança.

Num comunicado divulgado no site oficial, a direcção do Rio Ave revela que recebeu 2,6 milhões de euros do Atlético Madrid pelo passe do jovem médio português. A 3 de Setembro, e já depois de ter sido emprestado ao Besiktas, o clube turco informa que decidiu adquirir o jogador. Para o efeito pagou 3,1 milhões por metade do passe, segundo foi revelado pelo emblema turco.

Portanto, sem fazer qualquer jogo com a camisola «colchonera», Júlio Alves valorizou 3,6 milhões de euros num espaço de semanas.

O problema entre Rio Ave e Varzim prende-se com os direitos de formação do jogador, que também teve uma passagem pelo F.C. Porto. O clube poveiro, actualmente na II Divisão, pretendia «receber 10 por cento» da transferência, o que indignou a direcção do Rio Ave.

«Do valor da transferência terão direito a receber compensações financeiras o Rio Ave FC, o empresário Jorge Mendes e o atleta, e dos direitos de solidariedade ou formação serão beneficiados o Varzim SC, o F.C. Porto e o Rio Ave FC», pode ler-se no comunicado do clube vila-condense.

O clube respondeu ainda de forma positiva à ameaça de corte de relações lançada pelo Varzim: «Não temos qualquer interesse em continuar o relacionamento cordial que vínhamos mantendo, enquanto o actual Presidente da Direcção do Varzim estiver em funções e não clarificar o que de errado tem feito passar para a opinião pública.»

Júlio Alves assinou por cinco anos pelo Besiktas e ficou com uma clausula de rescisão de 12 milhões de euros.