Júlio César conhece bem o futebol russo. O brasileiro jogou duas épocas no Lokomotiv de Moscovo, pelo que fala com conhecimento de causa. O avançado do Gil Vicente passa por cima do confronto de sábado com os portistas e deixa já alguns conselhos para a deslocação do campeão nacional à Rússia. «O Porto tem de jogar concentrado, ser muito forte na marcação e tentar sair no contra-ataque».
Mesmo que essa não seja a forma de estar no futebol de Victor Fernández. Júlio César insiste. «A arma de um adversário em Moscovo tem de ser o contra-ataque», sublinha. «As equipas russas, quando jogam em casa nesta época do ano, sempre fazem muita pressão sobre o adversário, o público é muito fanático, eles sentem-se muito apoiados e estão bem habituados a jogar no gelo».
O frio, a neve e o gelo podem ser fundamentais. «O F.C. Porto tem de rezar para que não haja gelo. Se houver vai ficar muito complicado», frisa. «As botas ficam muito pesadas, é difícil respirar, o frio é extremamente complicado e isso dificulta a tarefa de qualquer equipa que não uma russa». Júlio César conhece bem aquele relvado. «Sim, o estádio onde vão jogar é o estádio do Lokomotiv, porque o CSKA não tem estádio próprio para jogar a Liga dos Campeões».
Apesar de tudo, o avançado do Gil Vicente acredita na vitória portista. «Claro que vai ser um jogo difícil, nesta altura devem estar uns dez graus negativos, mas é certo que o F.C. Porto pode ir lá conquistar os três pontos». O mais importante, diz, é não se deixar impressionar pelas condições muito adversas. «No começo, logo quando soube, também fiquei assustado. Ia sair do Brasil com 40 graus, para ir para a Rússia onde estavam 26 negativos. Mas depois tudo acaba por correr bem», frisa. «No Lokomotiv ganhei o campeonato e a Taça da Rússia, joguei a Liga dos Campeões contra Milan, Real Madrid, Barcelona. Foi uma boa experiência».