Cássio e Marcelo, jogadores que representaram o Rio Ave até 2018, confirmaram esta quarta-feira em tribunal que foram aliciados pelo empresário César Boaventura para facilitar uma vitória do Benfica na época 2015-16.

Declarações prestadas no tribunal de Matosinhos no arranque do julgamento de César Boaventura no processo em que é acusado de corrupção ativa.

Segundo o jornal Público, Cássio afirmou que, em abril de 2016, aceitou encontrar-se com o empresário por estar em final de contrato com o Rio Ave e querer saber se havia algum clube interessado.

Terá sido confrontado com uma oferta de 60 mil euros para facilitar no jogo contra o Benfica, que se realizaria dias depois.

Cássio, guarda-redes de 43 anos que agora representa o Paredes, assegurou que recusou a oferta e que pediu a Boaventura para sair do carro, ao que o empresário terá respondido que, se ele não aceitasse, outros jogadores o fariam. No caso, os defesas Marcelo e André Lionn.

Marcelo, que agora representa o Moreirense, confirmou o contacto estabelecido por Boaventura, mas disse em tribunal que achou que se tratava de uma brincadeira.

Ainda de acordo com o jornal Público, o jogador apresentou uma versão diferente em 2017, quando foi ouvido pela Polícia Judiciária. Na altura, disse que rejeitou uma proposta para cometer deliberadamente uma falta para grande penalidade.

O terceiro jogador envolvido, o já retirado Lionn, de 34 anos, não compareceu à audiência desta quarta-feira.

César Boaventura é acusado de três crimes de corrupção ativa e um de corrupção ativa na forma tentada. Além dos citados jogadores, que saíram do Rio Ave em 2018, também terá contactado o guarda-redes francês do Marítimo Romain Salin, com o mesmo intuito.

O Benfica, que ganhou o tricampeonato nessa época 2015-16, não é visado no processo, já que, segundo a acusação, não se provou que o clube tivesse incumbido Boaventura de qualquer tarefa.