O julgamento relativo à alegada apropriação de IRS pela direção do Vitória de Guimarães foi suspenso, nesta quinta-feira. É que o arguido Armando Marques, um dos vice-presidentes do clube, decidiu interpor o recurso extraordinário para o Supremo Tribunal de Justiça.

Empossada a 10 de abril de 2012, a direção vimaranense foi acusada pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto de não ter feito o pagamento de 219 259 euros de IRS à Autoridade Tributária, quando liquidou os salários de dezembro de 2011 aos jogadores da equipa de futebol. São arguidos individuais do processo o presidente Júlio Mendes e os vice-presidentes Armando Marques, Hugo Freitas, Francisco Príncipe e Luís Cirilo.

Armando Marques foi o único dirigente vitoriano a não marcar presença no Tribunal de Instância Local, em Guimarães. Defende que o crime de abuso de confiança fiscal por parte da direção do Vitória contraria a «jurisprudência de um acórdão de 2008», proferiu o juiz do processo.

À saída do tribunal, o presidente do Vitória disse saber do recurso interposto ao Supremo. Júlio Mendes considera que não «faz sentido» responsabilizar a sua direção, que cumpre «religiosamente os seus compromissos em relação a todos os credores», por um caso referente à presidência de Emílio Macedo da Silva.

«Depois de termos pedido à repartição de Finanças que nos dissesse tudo o que havia para pagar, vêm depois dizer que há um valor de dezembro que deveria ter sido pago, mas ninguém nos disse nada. Se nos tivessem dito que era preciso pagar mais, teríamos pago», completou o líder máximo do quarto classificado na época passada.

Posto isto, a primeira sessão do julgamento não tem data prevista. Caso o Supremo considere o recurso não tem provimento, o julgamento vai arrancar nos presentes termos e noutra data. Em caso afirmativo, o julgamento pode decorrer com outro enquadramento ou até ser anulado.