Um verdadeiro terramoto está a abalar o governo português na manhã desta terça-feira com buscas à residência oficial do primeiro-ministro e em vários ministérios. João Galamba, ministro das Infraestruturas, também foi constituído arguido e o próprio António Costa vai ser alvo de uma investigação autónoma da parte do Supremo Tribunal de Justiça.

Segundo o comunicado divulgado há instantes pelo Ministério Público, «foram ordenadas/autorizadas 17 buscas domiciliárias, 5 buscas em escritório e domicílio de advogado» e ainda 20 buscas «em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro», bem como nos ministérios do Ambiente e da Ação Climática, Ministério das Infraestruturas, na Secretaria de Estado da Energia e Clima e ainda na Câmara Municipal de Sines».

Em causa poderão estar, diz o Ministério Público, «factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência», numa investigação relacionada com a concessão de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas).

O Ministério Público dá ainda conta de cinco mandados de detenção relacionados com o mesmo processo. «Em face dos elementos recolhidos na investigação e por se verificarem os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas, o Ministério Público emitiu mandados de detenção fora de flagrante delito do chefe de gabinete do Primeiro-Ministro, do Presidente da Câmara Municipal de Sines, de dois administradores da sociedade Start Campus e de um advogado/consultor contratado por esta sociedade. Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação», refere o comunicado do MP.

Entre os arguidos já confirmados está também o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, a par com o presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente.

O Ministério Público anunciou, entretanto, uma investigação autónoma da parte do Supremo Tribunal de Justiça ao primeiro-ministro António Costa. O primeiro-ministro já esteve, entretanto, reunido com o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

Saiba mais sobre este assunto na CNN Portugal