O gesto de Frederic Kanouté, que mostrou uma camisola pró-Palestina no encontro da Taça do Rei entre o Sevilha e o D. Corunha, está a dar que falar em Espanha. Os representantes palestinianos agradecem a atitude do avançado maliano, do lado israelita a situação é encarada com prudência.
«É um passo muito importante em frente. O avançado do Sevilha demonstrou ser uma pessoa muito corajosa ao apoiar o nosso povo num acto público. Os desportistas são seres humanos e têm todo o direito a expressar a sua opinião», afirmou à «Marca» Mahmud Aluanen, conselheiro da embaixada da Palestina em Espanha.
Raphael Schutz, embaixador de Israel em Espanha, lembrou as regras da FIFA, que impedem os jogadores de manifestar opiniões políticas em campo, mas acredita que o gesto de Kanouté, que é muçulmano, não incita à violência. «Isto é algo que vai além da profissão dele e do regulamento da FIFA. Quero esclarecer que não estamos contra os palestinianos, mas contra os terroristas e é isso que está em causa nos últimos dias. Na selecção de Israel há dois jogadores de origem muçulmana e são muito amados pelo público», afirma, à «Radio Marca», antes de concluir: «Não creio que gere violência. Vi o jogo e a camisola só tinha escrito Palestina. Não há uma incitação contra Israel.»
Kanouté viu um cartão amarelo pelo lance, tendo o árbitro explicado que se deveu ao facto de ter levantado a camisola acima da cabeça, arriscando ainda uma multa da Federação espanhola pelo gesto.