Afinal o Apoel é para ser levado a sério: líder do grupo, depois de uma vitória sobre o Zenit e um empate em Donetsk, os cipriotas prometem baralhar as contas ao F.C. Porto. O empate na Ucrânia, de resto, serve de aviso: o Apoel esteve a vencer o campeão ucraniano, mas permitiu a igualdade.

David Caiado explica que o campeão cipriota está a fazer uma aposta forte na Liga dos Campeões. «Tem-se empenhado muito, poupando jogadores no campeonato para estar forte na Champions. Ainda este sábado perdeu em casa com o AEL Limassol, e perdeu a liderança, porque poupou titulares.»

O extremo português conhece bem a realidade do Chipre, ele que há dois anos joga no Olympiakos Nicósia. Por isso diz que o melhor mesmo é o F.C. Porto ser ele próprio: uma equipa de ataque e poderosa na frente. Até porque o ponto fraco do adversário, garante, está definitivamente na defesa.

Grato ao Sporting mas sem saudades de Lisboa

«O Paulo Jorge tem estado lesionado e isso enfraquece a defesa, sobretudo porque o outro habitual titular deixou a carreira.» Nesta altura vem à conversa a história de Christos Kontis. «Teve um ataque cardíaco no início da época e foi obrigado a deixar a carreira, tornando-se adjunto.»

Kontis era um central grego, de 36 anos, que fez carreira nos grandes clubes da Grécia: três anos no Panionios, três anos no Olympiakos e dois anos no AEK Atenas, antes de terminar a carreira em cinco anos de Apoel. Esta época tudo parecia correr bem, quando um imprevisto lhe roubou a carreira.

O central ainda fez três pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, mas na primeira jornada da liga cipriota, com o AEK Larnaca, sentiu-se mal. «Teve um início de ataque cardíaco. Foi levado ao hospital e acabou por ter sorte, tudo aconteceu no fim do jogo. Se fosse durante o jogo, podia ter sido grave.»

No Luxemburgo, a sonhar marcar a Portugal

Após alguns exames percebeu-se que Kontis tinha sofrido um ataque cardíaco que lhe danificara uma veia. Por isso foi obrigado a deixar a carreira, tornando-se adjunto da equipa que joga no Dragão na quarta-feira. «Na altura foi um choque aqui no Chipre, é sempre difícil encarar uma situação destas.»



A partir daí a defesa do Apoel, que também tem Paulo Jorge em dúvida, não voltou a ser igual. Em contrapartida, o ataque é o sector mais forte. «É preciso ter cuidado sobretudo com o brasileiro Aílton», avisa David Caiado. «É um avançado muito rápido, com boa técnica e que desequilibra em contra-ataque.»

«Frente ao Zenit foi determinante e até acabou por expulsar o Bruno Alves. O Porto deve ter algum cuidado, a defesa é sector mais fraco e pode sentir algumas dificuldades nas transições defensivas. De resto, o Hélio Pinto e o Nuno Morais são fundamentais e o Boaventura é um bom lateral-esquerdo.»