O Benfica despede-se da Liga dos Campeões perante um Barcelona de segunda linha e Messi no banco à espera de apenas alguns minutos para festejar ter tirado o recorde a Müller. A verdade é que nem os encarnados garantiram a qualificação por culpa própria - tantas oportunidades desperdiçadas - nem a «Pulga» saiu contente do encontro. Jogou 27 minutos, dos 58 aos 85, altura em que chocou com Artur, ainda tentou o chapéu e caiu com dores no chão. Saiu de maca e não voltou, ficando a pairar no ar que aquilo que esteve tão perto ficou desesperadamente mais longe. A equipa de Jesus segue para a Liga Europa, porque empatou a zero e o Celtic venceu o Spartak.

A primeira parte só teve praticamente um sentido, a baliza de Pinto, embora Garay e Artur tenham sido obrigados a muita atenção em duas jogadas perigosas dos catalães. Na segunda, os visitados voltaram com mais intenção e tiveram as suas chances, mas o apito final apareceu depois de uma grande oportunidade, desperdiçada por Maxi, no último segundo.

É verdade que Vilanova ajudou. Puyol era o único titular no onze, e provavelmente a razão terá sido a necessidade de ganhar ritmo depois de ter voltado no passado fim de semana após lesão. Villa e Adriano davam uma pitada de equipa principal aos «culés», que preenchiam os restantes espaços com produtos de La Masia. No banco, já se disse, estava o senhor recordes, Léo Messi, e pouco mais.

A equipa de Jorge Jesus não perdeu tempo e tomou de assalto a baliza catalã. A grande oportunidade, aquela com que todos os avançados desejam, surgiu logo aos 12 minutos. Ola John fez o passe de rutura e isolou Rodrigo em posição legal. Nolito bem correu para se colocar ao lado do colega, mas este quis decidir sozinho e atirou ao lado. Inacreditável!

Os encarnados tiveram novo grande momento nove minutos depois. Nolito fez uma receção de classe a uma bola bombeada do meio-campo e cruzou com malícia para Lima. O brasileiro atirou-se em voo, mas a bola saiu ao lado da baliza. Só que, aos poucos, as unidades do Barça começaram a carburar. Garay viu-se obrigado a salvar, sobre a linha, um remate de Rafinha (25), um minuto depois de Artur ter corrigido um erro de Luisão com uma saída rápida aos pés de Tello.

O Benfica recompôs-se e assinou mais duas oportunidades antes do intervalo. Aos 33 minutos, Nolito isolou Lima, que, à segunda tentativa, rematou com o pé direito. Pinto defendeu com a mão esquerda contra o poste, e Planas aliviou. Dois minutos depois, mais um lance de golo. Lima cruzou o meio-campo para a direita, Ola John teve cabeça fria para passar um rival, mas permitiu nova defesa do guarda-redes dos catalães.

No regresso dos balneários, a equipa portuguesa carregou mais um pouco e teve o golo no pé direito de Nolito, logo aos 47 minutos, após cruzamento da direita de Lima.

No entanto, o cansaço e um Barcelona mais disponível não permitiram que o Benfica provocasse tantos estragos na defesa culé. E os espanhóis começaram a pressionar Maxi Pereira com a bola a cair muitas vezes nos pés de Tello. Foi uma fase de entradas duras, que teve o apogeu com a forma como Luisão varreu Messi numa das primeiras vezes que tocou na bola.

Jesus fez entrar Bruno César (por Nolito), e depois e ao mesmo tempo Cardozo (Lima) e André Almeida (Rodrigo), tentando refrescar o ataque e oferecendo mais protecção a Maxi, que parecia estar a ficar de cabeça perdida. Com a notícia do 2-1 em Glasgow, Luisão foi jogar a ponta de lança, mas pertenceu a Maxi Pereira, no quinto minuto de descontos, o desperdício da oportunidade que podia ter valido a qualificação. Um remate que espalha tudo o resto. Demasiada força, por cima, sinal de pouco cabeça.