A Figura

Gaitan

O Benfica não teve propriamente uma figura, mas o extremo argentino foi o primeiro jogador do Benfica a aparecer em jogo. Pela direita cedo percebeu que seria difícil lidar com Cole. Mudou-se para a esquerda e conseguiu um bom cruzamento para Cardozo, na parte final da primeira parte. Depois outro para Jardel, na melhor oportunidade do Benfica. Deu sempre a sensação de que esta seria uma noite europeia. Mas o tempo foi passando e nada de decisivo saiu dali. Ficou o esforço a defender, enorme, e muita vontade de desequilibrar.

O Momento

Cardozo, aos 47 minutos. A bola caiu redonda para o pé esquerdo do paraguaio que, como é hábito, escolheu rematar forte. O remate saiu na direção da baliza, mas acabou na barriga de David Luiz. Antes, aos 19 minutos, Cardozo tinha chutado por cima, em boa posição. Num jogo assim, o lance no recomeço da partida teria ajudado a escrever outra história.

A desilusão

Emerson, o lateral brasileiro, representa o pânico para os adeptos do Benfica. Quando tem a bola a respiração de milhares de pessoa para. Quando a solta muitas vezes ouvem-se sinais de reprovação. Emerson começou por ter uma noite difícil perante Ramires, que passou por ali duas vezes, em velocidade. E ficou marcado, incapaz de construir alguma coisa que o recomendasse. Não se pode dizer que seja propriamente uma desilusão. Talvez só Jesus esperasse melhor do esquerdino. Lamentável a forma como permitiu que Ramires fizesse a jogada para o golo de Kalou.

Outros Destaques

Jardel

Jardel foi o mais certo da defesa e acrescentou poder de fogo na frente. Aos 67 minutos esteve perto do golo, mas Cech defendeu, em estilo. Foi capaz de parar Torres, com exceção daquele minuto fatídico, quando o espanhol fugiu pela direita e cruzou para Kalou. Uma falha, uma mancha que Jardel não merecia. Um erro apagou tudo o que de bom tinha feito. Só aquela entrada errada aparecerá nos resumos, Jardel.

Maxi Pereira

Prometeu sempre, prometeu sempre que se houvesse alguma coisa de importante seria pelo flanco direito. Secou Kallou e teve tempo para subir, sem problemas. Tentou sobretudo combinar com os médios que jogavam pelo meio e entrar na área em progressão, com a bola dominada. Percebia-se a ideia, que perseguiu sem sucesso até ao último suspiro. Não foi por Maxi que a coisa saiu torta.

Aimar

Antes do jogo ficou a saber que estará fora nas próximas duas jornadas da Liga. De certa forma, também esteve ausente frente ao Chelsea. Jesus optou por o colocar muito perto de Cardozo, mas ali nunca houve espaço. Ao menor toque apareciam Mikel e Meireles. Deu sempre a sensação de que seria melhor ter Aimar um pouco mais atrás, tentar que fosse ele a construir, a levar a bola dominada. Mas Jesus nunca procurou essa equação, talvez por achar que Javi e Aimar seriam de menos a defender quando a equipa perdesse a bola. Saiu sem glória.

Witsel

Mata estava entregue a Javi Garcia, Mikel posicional e Raul Meireles sempre preocupado em ajudar o nigeriano na marcação a Aimar. Teoricamente sobrava espaço para Witsel. O jogo pedia que o médio belga fosse rápido a pensar e preciso a executar. Pois bem, Witsel não foi uma coisa nem outra. Muitas vezes falhou o contacto com a bola, desperdiçou aquele instante que poderia permitir ao Benfica apanhar o Chelsea fora de posição, vulnerável. Isto foi na primeira parte. Na segunda soltou-se, arriscou, o que contribuiu para a subida de produção da equipa. Aos 64 minutos rematou com perigo, deu canto. Mesmo assim foi pouco.