Matic meteu água para um lado, Roberto para o outro, e o dilúvio da Luz terminou empatado. Benfica e Olympiakos continuam assim em igualdade pontual no Grupo C, ainda que a equipa grega tenha a vantagem de receber depois a equipa portuguesa.

Saviola não saiu do banco no regresso à Luz, mas foi o compatriota Alejandro Domínguez, que ocupou o seu lugar no onze, a dar vantagem ao Olympiakos, aproveitando o tal erro de Matic. E Roberto, também de regresso à Luz (e voltou a não ser feliz), ofereceu depois o golo do empate ao Benfica, apontado por Cardozo. Ninguém se ficou a rir, ainda que o resultado agrade mais aos visitantes.

Vantagem para a equipa mais segura

O Benfica entrou bem no jogo, conseguindo instalar-se na área contrária nos minutos iniciais, a partir de vários lances de bola parada. Primeiro um livre direto de Cardozo que obrigou Roberto a defesa apertada, depois um cabeceamento por cima de Lima, após canto de Gaitán, e ainda um livre lateral que culminou com um cabeceamento de Luisão ao lado.

Só que depois, quando o jogo estabilizou, o Olympiakos mostrou-se mais sólido. Mais seguro, mais estável, mais confiante. E Mitroglou deixou logo dois avisos, em ambas as ocasiões servido por Fuster. Primeiro a aparecer nas costas de Luisão (8m), e depois a corresponder a um cruzamento da direita (9m). Valeu a pontaria ligeiramente desafinada do «pistoleiro» grego.

Ola John respondeu com um remate de ângulo difícil, aos 15 minutos, mas o Benfica só voltaria a rematar à beira do intervalo, novamente pelo holandês (um cabeceamento ao lado). O Olympiakos estava mais perigoso, e Mitroglou não pedia licença a ninguém para rematar, ao contrário dos avançados da casa. Aos 24 minutos obrigou Artur a defesa apertada, após erro de Siqueira (24m).

Cinco minutos depois novo erro benfiquista, mas com custos maiores. Matic perdeu a bola ao meio-campo e uma bela combinação entre Mitroglou e Domínguez resultou em golo do argentino.

A resposta do Benfica foi fraca, como se percebe pela tal estatística acima referida: até ao descanso só houve mais um remate, um cabeceamento ao lado de Ola John. A equipa da casa insistiu muito nos cruzamentos, de tal forma que fica a ideia de que houve mesmo essa indicação, mas sem sucesso.

Pouco futebol e muitos nervos, até um brinde familiar

A segunda parte foi atípica, por culpa da chuva intensa que foi caindo. Jesus lançou Ivan Cavaleiro ao intervalo, mas o jovem avançado até terá perdido parte da motivação ao olhar para o relvado, percebendo que dificilmente ia conseguir colocar a bola no chão.

O jogo viveu sobretudo do futebol direto, do pontapé longos, da luta contra a água acumulada no relvado. E também de lances polémicos, inevitavelmente alimentados pelo estado do piso. Lima e Siqueira pediram faltas na área, mas o espanhol Undiano Mallenco nada assinalou. Um remate de Gaitán à trave foi anulado por uma falta que parece não existir, entre outros momentos de protesto na Luz.

O Benfica começou por criar perigo com um livre de Lima que saiu ligeiramente ao lado (51m), mas depois, no meio de muitos nervos, não conseguiu dar sequência. Andou a rondar a baliza de Roberto, mas a água parecia sempre atrapalhar na hora do remate.

O Olympiakos pode queixar-se do mesmo, ainda assim. Oito minutos depois esteve bem perto de chegar ao segundo golo, mas o remate de Fuster, em plena área, foi travado pela água, já com Artur praticamente batido.

O Benfica sentiu depois dificuldade para criar lances de perigo, mas a sete minutos do fim conseguiu mesmo chegar à igualdade, graças a uma oferta de Roberto. O espanhol falhou a abordagem a um canto da direita e permitiu que a bola chegasse a Luisão, ao segundo poste, com Cardozo depois a empurrar para o fundo da baliza.