Prometia muito a noite no norte de Londres, acabou por ser satisfatória em emoção, mas gigantesca para as contas do grupo. Um golo de Lewandowksi acabou com todos os favoritismos e deixou Borussia Dortmund, Arsenal e Nápoles empatados com seis pontos. No último lugar, o Marselha. Sem pontos. Esta luta não é para os franceses.

Líder da Premier League, o Arsenal recebia um adversário
top-class. Criador de um Dortmund de grande valia europeia, Jürgen Klopp tinha de contentar-se com a bancada do Emirates, por castigo. Dali vibrou com o jogo, dali fechou o punho e levantou-o de seguida em celebração do 1-0, como viria a fazer no final, já a sorrir para o relvado.

ARSENAL-B. DORTMUND, 1-2

MARSELHA-NÁPOLES, 1-2

Os
gunners ainda não tinham tido pressão assim. O Arsenal tentou ter posse de bola, mas os médios, Ramsey, Wilshere e Özil, incrivelmente incluído, demoraram uma parte inteira a perceber como jogar perante o sufoco germânico.

Perto da área inglesa, Ramsey tentou sair a jogar. O Borussia Dortmund foi um predador no lance. Rodeou o galês, ganhou a bola e Lewandowski serviu Mkhitaryan para o golo. Por muito estranho que possa parecer, há um arménio que anda a marcar golos na Liga dos Campeões. Estreou-se contra o Sp. Braga, na época passada, se alguém reparou.

Segundo na Bundesliga, o Dortmund chegou a Inglaterra a provar que o futebol germânico tem ascendente sobre o britânico. Se um só jogo pode servir para isso, claro. Os alemães dominaram o primeiro tempo e o Arsenal demorou meia hora para ver as cores que Weidenfeller vestia. Aos 31 minutos, Ramsey rematou ao lado, aos 38, Hummels salvou o empate. Remate de Rosicky, Weidenfeller não chega, mas Hummels estava ali e atirou a bola para longe.

Os gunners estavam ligeiramente melhor. Gibbs lá surgiu no flanco esquerdo, Sagna no direito. Foi este lateral que cruzou para o empate. A bola interessou a Giroud, Subotic e Weidenfeller. O guarda-redes alemão tocou a bola, mas não a segurou, com o ponta de lança francês a disparar para o fundo de uma baliza aberta.

Arsène Wenger viu um Dortmund a controlar de novo no início do segundo tempo. O francês mudou de imediato. Cazorla era a opção óbvia para quem via de fora. Foi também para o técnico francês. A melhoria foi imediata.

O espanhol conseguiu sair da pressão germânica como Wilshere tinha feito (daí ter saído), Ramsey descansou um pouco e Özil foi procurar espaços onde os havia: junto à lateral-esquerda dos germânicos, com Cazorla a movimentar-se em zonas interiores. O alemão do Arsenal e o espanhol combinaram para a melhor jogada inglesa da noite. Özil decidiu-se por, finalmente, jogar ao primeiro toque, fugiu pela direita, recebei e tocou logo para a entrada de Cazorla, que disparou aos ferros do Dortmund! O 2-1 inglês bateu na esquina da baliza.

Os germânicos mexeram, mas era o Arsenal quem controlava agora. Mas o Dortmund é, senão a, uma das equipas europeias que melhor interpreta o jogo de transição ofensiva. Numa jogada típica da formação de Klopp, aos 82 minutos, Grosskreutz subiu pela enésima vez pelo flanco direito. Ao contrário do que fizera até então, o último passe saiu-lhe perfeito. Bola nas costas da defesa do Arsenal, alinhada de lateral a lateral, mas sem perceber quem vinha atrás: Lewandowski.

O polaco baralhou todas as contas com um remate de primeira, certeiro, que dá três pontos ao Dortmund, retirou aquele que o Arsenal tinha até então e fez com que o Nápoles entrasse nesta discussão. Os ingleses lideravam ao princípio da noite. Têm de ir à Alemanha e a Itália ainda. Saíram debaixo de aplausos, ainda assim.

Higuaín não marca, mas descobre quem o faz

Em Marselha, o jogo era vital para os franceses. O Arsenal já lhes tinha ganho, o Dortmund também. Veio o Nápoles. No Velódrome, Higuaín não marcou, mas fez um passe espetacular a descobrir Callejón. O espanhol tirou um defesa da frente e com classe fez o 1-0.

Com ouvidos no outro lado do Canal, os italianos sabiam que, pelo menos, iam ficar perto com os três pontos. Já o Marselha deitava por terra a mínima aspiração que tinha. Os gauleses estavam com zero pontos e um golo marcador. No primeiro ítem, continuam iguais, mas fizeram o segundo golo da campanha por Andre Ayew.

O problema é que o Nápoles já vencia por 2-0. Passe de Mertens, golo de Zapata. Três pontos no jogo, seis no total. Empatados com Arsenal e Dortmund. Têm uma receção ao Marselha, uma ida a Dortmund e, provavelmente, um jogo decisivo no San Paolo, na última jornada, frente ao Arsenal.