O Bayern repetiu o triunfo em Turim, novamente por 2-0, e foi a equipa que se apurou mais facilmente para as meias-finais da Liga dos Campeões. A Juventus nunca esteve perto de assustar o gigante alemão, cada vez mais equipa e com moral em alta.

Os bávaros são, desde o início da temporada e depois da última final perdida, um dos três grandes candidatos à vitória na Liga dos Campeões, a Juventus tentava agora voltar a saborear finais, depois de alguns anos de ausência, por culpa do «Calciopoli», e com passagem pelo segundo escalão italiano.

Com Antonio Conte, a lenda da «Velha Senhora» tem renascido, ganhado cor e chama, e havia quem acreditasse, em Turim, numa recuperação épica, a lembrar outros tempos de glória. Quarenta mil esperavam o milagre nas bancadas e até prepararam uma frase para o momento: «Quando se pensa que tudo acabou é o momento em que tudo começa». Inspirador, sem dúvida. Mas não chegou.

Não era fácil. Porque era o Bayern, sim. Porque são 11 contra 11 e no final quem festeja mais vezes é quase sempre compatriota de Merkel, e essas coisas não mudam assim. E porque é um Bayern com talento, que não depende apenas da racionalidade, do moral altíssimo e da fé em si mesmo, mas também de jogadores de classe mundial, como Neuer, Javier Martínez, Robben, Muller e Ribéry, entre outros.

O resultado da primeira mão, o tal 2-0, não ajudava, mas esperava-se um tudo por tudo que, muitas vezes, as equipas italianas são incapazes da dar. A Juve nunca foi capaz de cair em cima do Bayern, de modo a não deixar os bávaros respirar. E estes foram gerindo o tempo, controlando a bola e criando, aqui e ali, algumas oportunidades. Neuer nunca se sentiu incomodado como Buffon do outro lado, e estava a jogar no estádio do rival.

Aos 9 e 14 minutos, o Bayern esteve perto do 0-1. Mandzukic e Van Buyten falharam as respetivas emendas. E a Juventus só conseguiu reagir perto dos 23 minutos, num livre de Pirlo, em zona frontal. Neuer fez a sua defesa mais difícil em todo o encontro. A melhor jogada dos italianos viria a seguir, com Pogba a não acertar o cruzamento para a movimentação de Asamoah, ao segundo poste.

Até ao intervalo, Jupp Heynckes perdeu Van Buyten por lesão (entrou Boateng) e viu Muller (33) e Alaba (39) desperdiçarem boas oportunidades, com Buffon a negar o golo ao lateral-esquerdo, que o tinha enganado em Munique. A Juventus teve num desvio de Bonucci (41) a sua melhor ideia, mas a bola até veio de um defesa do Bayern e pouca mossa depois criou.

Cinco minutos de boa vontade, com mais energia do que tinha demonstrado até aí, não chegaram à Juventus para justificar mais do que o 0 no seu lado do marcador, no regresso dos balneários. É claro que depois do golo de Mandzukic teve um pouco mais de espaço, mas nessa altura o semi-finalista estava encontrado.

Aos 58 minutos, o Bayern ameaçou. O contra-ataque conduzido por Robben terminou no ferro direito de Gianluigi Buffon. E sete minutos depois, os alemães marcaram mesmo, arrumando com a questão. Um livre da direita foi desviado por Javi Martínez, Buffon ainda defendeu para a frente, mas Mandzukic fez o salto de peixe para o 0-1.

Estava tudo decidido, não havia dúvidas. Os germânicos provavam que eram a melhor equipa e não havia nada a fazer por parte dos transalpinos. Que tentaram. Tentaram sair dignamente do encontro, mas acabariam mesmo por sofrer o 0-2, numa jogada simples dos visitantes. Schweinsteiger aproveitou um vazio à entrada da área italiana, viu a diagonal de Pizzarro, entrado seis minutos antes, e o peruano fez o remate cruzado perante um desolado Buffon.

O Bayern reforçou a candidatura, mas sabe que não haverá facilidades nas meias, com os compatriotas do Dortmund e os colossos espanhóis Real Madrid e Barcelona presentes. Má notícia foi o amarelo do croata Mandzukic, que o afasta do próximo encontro.