Uma excelente combinação entre Verdú e Vadillo no início da segunda parte, destruíram a consistência defensiva do Vitória e abanaram (por momentos) a concentração da equipa, num jogo que até então, os minhotos tinham no bolso e que muito dificilmente perderiam.

No Vitória, a titularidade de Pedro Correia não se efetivou, com Rui Vitória a apostar em Kanu, para lateral direito. Numa leitura em antecipação e antes de começar a partida, talvez as intenções do treinador do Vitória, passassem por prevenir o instinto ofensivo do lateral do lado contrário, Addy, não arriscando em ter em campo, ao mesmo tempo, dois laterais com características idênticas. Kanu, nesse aspeto é mais contido do que Pedro Correia e nas subidas de Addy, fecharia como terceiro central, para prevenir alguma transição rápida por parte do adversário. Na prática, Kanu pouco subiu (de acordo com o perspetivado), mas também fica ligado ao golo do Bétis, ao deixar Verdú e Vadillo combinarem.

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Sem dramas. É este o lema do Vitória de Guimarães na Liga Europa, como indicou o treinador Rui Vitória, na antevisão ao jogo. E seria preciso também muita concentração desde o início para travar a previsível entrada forte dos espanhóis, como referiu André Santos. E essas foram duas condições que marcaram o jogo dos vimaranenses, até ao momento letal: sem tremer, juntaram-lhe compenetração, disputando cada lance olhos-nos-olhos com um adversário, que apesar de jogar em casa, mostrou muito respeito pela equipa portuguesa.

Ora bem, mal o árbitro apitara para o início e o freio foi logo acionado, com Marco matias a explorar bem o corredor direito, para teleguiar uma bola para um remate de primeira de Malonga, que fez Andersen sentir o vento da bola que passou perto da barra da sua baliza. Um aviso de personalidade e que colocou o Bétis em sentido e pouco reativo. Tanto que Douglas apenas viu-se aflito pela primeira vez, quando o intervalo estava a espreitar, quando um mau alívio de Abdoulaye Ba (de calcanhar) colocou a bola nos pés de Molina, que rematou rasteiro, para grande defesa de Douglas.

Penalty por marcar sobre Malonga

A reação do Vitória não se fez esperar e, instantes depois, Malonga caiu num lance com Juanfran, quando entrava na área do Bétis. Um lance muito protestado pelos vitorianos, que pretendiam que fosse assinalada grande penalidade. Quem não teve dúvidas foi o árbitro, que mandou seguir. Se marcasse grande penalidade não borrava a pintura, porque pareceu-nos, de facto, ter existido falta para tal.

Como se estava a fazer a história do jogo, fora de planos estava o excelente entendimento que Verdú e Vadillo esboçaram no início da segunda-parte, e que fez abanar a consistência defensiva do Vitória, quando adiantaram a equipa de Sevilha. Vadillo finalizou de forma portentosa, depois de ganhar posição entre Kanu e Paulo Oliveira.

No melhor momento do Bétis, Kanu escapou ao vermelho direto, quando à entrada da área derrubou Molina, que ficaria isolado. O árbitro mandou seguir…. Poucos minutos antes, Rui Vitória, na tentativa de voltar a endireitar a sua equipa lançou, de uma assentada, André André e Nii Plange, por troca com André Santos e Malonga. Por um lado foi conseguido, na construção de oportunidades para marcar, mas também ficou à mercê dos contra- golpes adversários.

A última vintena de minutos foi de loucos, com muitas ocasiões para as duas equipas: Marco Matias foi o primeiro a desperdiçar, atirando ao lado depois de se isolar na direita. Aos 79 minutos, Paulo Oliveira, também teve o empate na cabeça, vendo Anderson roubar-lhe os festejos com excelente defesa para canto. Na sequência, Tiago Rodrigues e Marco Matias também desperdiçaram dois bons ensejos para marcar.

Com o jogo partido pela vontade vimaranense em ser feliz, Nosa também viu Douglas negar-lhe o golo, com grande defesa para canto. Numa altura em que Rui Vitória já tinha arriscado tudo, com a entrada de Tomané (mais um homem para o ataque) e a saída de Kanu.

Não deu para o Vitória chegar ao empate, mas não foi por falta de oportunidades de golo para isso, nem de vontade em inverter o final. A verdade é que a equipa minhota entrou em campo no primeiro lugar e voltou a casa em terceiro, mas ainda com dois jogos em casa por realizar.