Despedida amarga, a saber a injustiça. Derrota da Académica em Israel, no último jogo de uma campanha que assinalou o regresso da Briosa à UEFA, 43 anos após a última presença. No adeus, a boa imagem e as intenções admiráveis não foram suficientes. O Hapoel venceu pela primeira vez, 2-0.

Num jogo sensaborão, nivelado por baixo, os homens de Pedro Emanuel foram quase sempre superiores e estarão ainda a pensar como regressam de Telavive com os bolsos vazios.

Além da tremenda incapacidade na finalização, os estudantes podem ainda lamentar um erro grave da arbitragem, pois o primeiro golo da partida foi alcançado em posição irregular.

Esse golo, surgido aos 57 minutos e anotado por Mare, é aliás um oásis no futebol paupérrimo dos israelitas. Foi esta equipa, certamente uma das mais fracas na Liga Europa, que fez quatro pontos contra os estudantes.

O segundo golo apareceu aos 80 e já numa altura em que a Académica arriscava tudo. Maman marcou de cabeça, após um cruzamento na esquerda e um toque atrasado, já na área da Académica.



FICHA DE JOGO

A Académica tem ideias interessantes, jogadores com alguma qualidade, mas também várias limitações. Nomeadamente no meio-campo.

Enquanto na frente a velocidade de Marinho e Wilson Eduardo foram colocando em sentido as tropas israelitas, no setor intermediário pareceu sempre faltar mais qualidade na posse de bola e na capacidade de chegar à área contrária.

Uma vez lá chegado, o problema de sempre. A pontaria andou desafinada por completo. No primeiro tempo há a registar um pontapé forte de Edinho, de fora da área, e outro de Marinho. Ambos ao lado

Recorde o Hapoel-Académica AO MINUTO

O início da segunda parte coincidiu com o melhor período da Académia. Marinho falhou escandalosamente o golo aos 50 minutos, isolado por Edinho, e Wilson Eduardo emendou de primeira e ao lado um excelente passe de João Dias.

Adivinhava-se o golo português e ele surgiu na baliza menos previsível. A perder, lá está, a Académica arriscou e acabou por se desunir. Expôs-se em demasia, deu o espaço que o Hapoel antes nunca tivera e sofreu mais do que se julgaria, apesar de ser uma equipa superior.

Coimbra é uma lição, mas isso só por si não chega para este nível. A Académica precisa de aulas de compensação, de presenças regulares nas provas da UEFA para aspirar a mais. Ainda assim, os cinco pontos deram para segurar o terceiro lugar no Grupo B. Sabe a pouco.