Para jogo de início de temporada, não se poderia pedir muito mais ao espectáculo dado por Leixões e Nacional da Madeira no Estádio do Mar. Quatro golos, excelente ritmo, emoção constante e um vencedor inesperado. Neste caso, os insulares, por 3-1.
E Manuel Machado muito tem que agradecer a Bruno Amaro. Quando o Nacional perdia por 1-0, depois de um bom golo de Wesley, o médio adaptado a lateral apareceu com um remate fantástico e permitiu que a partida fosse empatada para intervalo.
Não satisfeito, repetiu a façanha nos primeiros momentos da etapa complementar, através de um pontapé absolutamente indefensável para Beto. Nos momentos seguintes, Edson Sitta fez o terceiro para a equipa da Madeira e desequilibrou em definitivo uma partida até aí repartida.
Faltava jogar ainda cerca de meia-hora, mas o Leixões acusou em demasia o rombo e não mais foi o conjunto assertivo e decidido dos primeiros 45 minutos.
Matosinhenses com muitos males
José Mota terá muito a reflectir nos próximos dias. Para já, não é fácil perceber a aposta (falhadíssima, por sinal) de Jorge Gonçalves como ponta-de-lança, com Marques sentado no banco de suplentes. Não esteve apenas aqui o mal, naturalmente. Zé Manel, por exemplo, foi uma desilusão. Triste, abatido, distante do jogo, em contraponto total com Diogo Valente, o único dos da frente em plano positivo.
No meio-campo, Castanheira aparentou dificuldades imensas para acompanhar o ritmo de Bruno China e dos homens que estavam do outro lado da barricada. Mas atrás, para completar o puzzle, os laterais Vasco Fernandes e Diogo Luís nunca foram os impulsionadores de que a equipa precisava, principalmente depois do Leixões estar a perder.
Enfim, muitos dados individuais a corrigir, sob pena do colectivo se manter ao nível exibido hoje na segunda parte: perdido, desmembrado, muitas vezes desunido e sem a qualidade exigível a uma equipa de primeira.
Aproveitar as bombas e gerir com inteligência
Ao Nacional tudo correu bem. Entrou titubeante na partida, consentiu um golo e, quase sem saber como, viu-se na frente do marcador com dois golos memoráveis de Bruno Amaro. Depois sim, geriu muito bem a vantagem e até poderia ter feito mais um ou dois golos na altura de maior desnorte do Leixões.
Nos madeirenses, registo para a qualidade de Luiz Alberto no meio-campo de quatro elementos e para as excelentes indicações de Néné na frente. Manuel Machado parece ter mão-de-obra qualificada ao seu dispor.
A arbitragem de João Capela, apesar de alguns equívocos e muita contestação, merece nota positiva.