Leonardo Jardim, em entrevista à TVI, fala das expetativas para o jogo de apresentação aos sócios, frente à Real Sociedade, das ambições para a temporada que aí vem e para a difícil gestão de um plantel que vai estar indefinido até ao fecho do mercado. Apesar de todas as dificuldades inerentes à construção de uma nova equipa, o novo treinador acredita que vai ser possível «surpreender».

[Ansioso ou nervoso pela estreia em Alvalade?]

«Nem uma coisa, nem outra. É mais um campeonato, mais numa época desportiva, num clube que também é o meu clube. Estamos a preparar-nos para que o Sporting entre com o pé direito já nesta apresentação».

[Jogo com a Real Sociedad é o primeiro grande teste?]

«Neste momento não podemos definir o adversário como um teste à qualidade da equipa, é mais um jogo e pré-temporada em que queremos que a equipa consiga já apresentar alguns dos conceitos que desenvolve. Queríamos que na primeira relação com os seus adeptos fosse uma equipa que não vende ilusões, que quer passar um discurso verdadeiro e realista. Sabemos que os sportinguistas estão cansados de ilusões e esperamos apresentar uma equipa que dignifique a nossa camisola. Não existem nomes sonantes, existem alguns jogadores da época anterior, a recuperação de alguns jogadores emprestados, a colocação de muitos jogadores da equipa B».

[É uma tática para afastar a pressão sobre a equipa?]

«Não, não é uma tática, é a realidade, é o que se passa no Sporting perante as dificuldades que são públicas, quer da reestruturação do clube, quer da equipa de futebol. Não podemos lançar para o ar objetivos nesta fase. Mais uma vez temos de ter um discurso claro e verdadeiro para os sócios».

[Bruma pode ser a novidade de última hora para este jogo?]

«Já disse que não quero estar a falar de jogadores que não fazem parte atualmente deste plantel, mas também já disse publicamente que se Bruma vier trabalhar para o Sporting será sempre bem-vindo, como qualquer outro jogador».

[E Welder? Já pode jogar?]

«Não vai ser utilizado porque queremos apresentar os nossos novos jogadores depois de eles estarem num patamar de forma que lhes permita apresentar a qualidade que têm. É um erro mostrar os jogadores que estão a chegar sem o número de treinos suficientes. Até podem transmitir uma má imagem».

[É uma mais-valia para o plantel?]

«Todos os jogadores que estão a entrar no Sporting têm que ter o parecer da equipa técnica e da direção. Neste momento somos quase todos novos no clube. É um trabalho que estamos a iniciar. A nossa avaliação para o mercado de dezembro será diferente. Neste momento temos de tomar decisões. O Welder com o Cédric são os jogadores que vão disputar o lugar. Tenho total confiança nos dois. Vamos ver qual se vai apresentar melhor ao longo da época».

[E Magrão?]

«Pode jogar em duas ou três posições e, por ser canhoto, dentro da estrutura da equipa, pode dar-nos soluções. É importante ter na equipa jogadores com alguma polivalência para um plantel curto como será o nosso».

[Daqui a um mês o Sporting defronta o Benfica]

«A minha preocupação neste momento não é preparara o jogo da 3ª jornada, é preparar um plantel até 31 de agosto que é quando fecham as inscrições, sabendo que neste momento poderão existir algumas entradas e saídas. Os nossos jogadores têm mercado e se aparecerem boas propostas podem sair. Temos de gerir bem esta instabilidade que mercado proporciona às equipas, ainda mais no Sporting tendo em conta a aposta diferente deste ano. Estamos focados para nos apresentarmos da melhor forma no primeiro jogo, frente ao Arouca, em casa».

[Desafio mais difícil da carreira?]

«É um desafio diferente. Sempre trabalhei com desafios de alguma dificuldade. Estamos num clube em que gostamos de estar. Não temos uma estrutura tão sedimentada como os outros, mas temos um grupo de atletas com muita ambição que quer, jogo após jogo, melhorar e tentar surpreender pela positiva».