Liga: a análise da jornada 18

A reacção do líder, o fato de macaco do perseguidor, um adeus emotivo e uma liga congestionada ao centro. A ronda 18 do campeonato começou com a despedida de um dos melhores jogadores da última década no país e acabou com um campeão a ter de aplicar-se para que o Bonfim o fosse mesmo. Na Europa, é a confusão completa, enquanto os últimos continuam últimos. O que também já se sabia.

O FC Porto reagiu à derrota em casa com o Benfica, na primeira mão das semi-finais da Taça de Portugal. Os azuis e brancos ficaram-se pelos serviços mínimos frente ao Rio Ave, reflexo de uma exibição cinzenta, mas que cumpriu o objectivo: três pontos garantidos e a diferença para os da Luz a ficar igual. Sem um ponta-de-lança de raiz, Varela teve um momento de «nove» e deu o triunfo aos portistas. O resultado foi claramente melhor que o desempenho.

Antes, o jogo com maior emoção. O Sporting recebeu a Naval e pela última vez havia Liedson. O «Levezinho» não se despediu apenas de Alvalade. Despediu-se do país inteiro, perante um estádio em lágrimas, a chorar pelo 31 e por mais um empate dos leões, agora em casa, com o último. Entre os aplausos a Liedson houve protestos e o mesmo público que bateu palmas à maior figura do clube nos últimos dez anos pediu, em uníssono, a demissão do treinador. Paulo Sérgio continua, mas ninguém sabe ao certo por quanto tempo.

Benfica soma e segue

Entre Alvalade e o Dragão, uma série de resultados curiosos que lançam a confusão na Europa. O Vitória de Guimarães empatou com o Nacional. O Sp. Braga venceu o Marítimo, a União de Leiria continua sem vencer em 2011 e o Paços de Ferreira confirma o bom momento. Ao centro, Académica de Coimbra e Beira Mar anularam-se, mas os estudantes, que estão mais atrás, no 11º posto, estão a sete pontos de um lugar europeu, cuja última vaga é, no momento, do Sp. Braga (5º). Como se pode ler, tudo demasiado confuso.

Por fim, o Benfica. O campeão nacional e o Vitória de Setúbal foram os últimos a entrar em campo. Os sadinos podiam aproveitar para fugir ainda mais aos lugares de descida. A Naval até conseguiu um ponto em Alvalade, mas o Portimonense continua sem vencer quem quer que seja e complica a vida. Valeu a uns e a outros o facto de Rio Ave e V. Setúbal terem defrontado os dois primeiros. E no Bonfim, houve luta acesa pelos três pontos, com os encarnados a terem de colocar a classe um pouco de lado e ganhar ao Vitória mais em vontade e com dois belos golos. Assim se construiu a oitava vitória seguida dos encarnados no campeonato, 12ª em todas as provas.

Em resumo, a jornada 18 não trouxe muito de novo. Os primeiros são cada vez mais primeiros e, em baixo, os últimos têm cada vez menos tempo (jogos) para inverter a situação. No meio, a ronda demonstrou que há equilíbrio e que as posições europeias serão, mais uma vez, definidas apenas no último momento.