Na jornada em que o Inverno fez uma aparição estrondosa em Coimbra, transformando o Académica-F.C. Porto num exercício de aquaplaning mais ou menos controlado, o Sp. Braga foi o único penalizado no quarteto de teóricos candidatos ao título.

A derrota em Vila do Conde, em vésperas de um jogo decisivo na Liga dos Campeões, eleva para onze pontos o atraso para o líder e põe em causa o estatuto de outsider que a equipa de Domingos tinha conquistado por direito próprio. Qualidade continua a não faltar, mas o tempo vai reforçando a ideia de que o desafio europeu torna mais difícil concentrar energias e focar objectivos. Do outro lado da barricada, o Rio Ave confirmou o crescimento detectado em Alvalade e, ao quebrar um jejum de oito meses sem ganhar para a Liga, disse adeus a um último lugar que sempre lhe assentou de forma estranha.

Aimar, uma pequena homenagem a Maradona como momento

À custa de vitórias, os três históricos mantiveram as distâncias entre si, uma semana antes de um clássico incontornável para a definição da temporada. O Benfica, primeiro a entrar em cena, cumpriu um acto de gestão frente ao Paços de Ferreira, somando pontos e evitando suspensões. Só a inspiração extra de Aimar destoou do clima de poupança, à entrada de uma semana que promete responder, num sentido ou noutro, às dúvidas que pousaram na Luz desde o início de época.

Valdés, a figura pelo menos num dia bom

Mais atípica foi a vitória do F.C. Porto em Coimbra, onde a Académica se despediu da invencibilidade doméstica. Com as qualidades das duas equipas postas entre parêntesis pelo dilúvio, foi também um momento de inspiração, assinado por Varela, a chave de um jogo que serviu apenas para avaliar que jogadores melhor se adaptaram a condições na fronteira do impraticável. Neste aspecto, como em outros, a vantagem voltou a ser portista.

O futebol aquático e a frase da jornada

Um dia depois, a vitória do Sporting em Leiria permitiu tirar algumas conclusões mais. Uma, a de que Valdés andou dois meses fora de posição, já que na primeira chamada às funções de maestro o chileno mostrou qualidades inesperadas, sublinhadas com dois golaços. Outra, a de que a equipa de Paulo Sérgio, mesmo continuando a desperdiçar demasiadas ocasiões, já tem consistência quanto baste para resistir a um importante conjunto de baixas.

A equipa da jornada 9

A melhor sequência de vitórias desde Agosto é um indicador que reclama confirmação na próxima semana, quando os leões receberem o grande vencedor da ronda, o V. Guimarães. A equipa de Manuel Machado reentrou no pódio e voltou a ultrapassar o Sp. Braga, num duelo regional que promete emoções fortes para o resto da temporada.

Com o Marítimo a juntar-se ao Rio Ave nos sinais de crescimento, a fava foi para a Naval, que herdou a lanterna vermelha, vítima de um Beira Mar cuja solidez continua a surpreender. A média de golos prossegue abaixo dos mínimos (17 neste fim-de-semana) e os efeitos do Inverno fizeram sentir-se na ausência de espectadores nas bancadas: 61 mil em oito jogos, num fim-de-semana que fixou também um novo máximo de expulsões, seis.