A FIGURA: Ricardo

Impressionante a evolução. Quem não tenha acompanhado a Liga francesa, onde andou dois anos a crescer até se tornar no lateral que hoje é, pode até desconfiar que se trate de uma pessoa diferente. O potencial estava lá, mas não seriam muitos que arriscariam que se tornaria no lateral que hoje já é. Mais uma exibição galvanizadora, mostrando que é, já de longe, a melhor opção para o lugar. Até porque quando Maxi entrou, foi o uruguaio que ficou mais à frente no terreno e Ricardo manteve o posto. Dos tempos em que era visto como o Ricardinho só restam as memórias. Foi Ricardão, num jogo para duros.

O MOMENTO: Danilo no «poker» das bolas paradas

Minuto 61. O golo e, sobretudo, a mudança tática operada ao intervalo, que tornou o meio campo menos povoado, encolheram o Leipzig no campo e, depois do empate, só deu FC Porto. O corolário do crescendo portista foi, então, o golo que tudo decidiu, com Danilo a empurrar de cabeça para o fundo da baliza alemã. Maxi ainda fez o terceiro, mas foi ali que os três pontos importantíssimos começaram a ser confirmados confirmados.

CRÓNICA DO JOGO: pacote anti-austeridade no bloco de Conceição

OUTROS DESTAQUES

Marcano

Intratável na marcação a Augustin, foi ponto-socorro em vários lances, com o sentido posicional que já lhe é reconhecido. Por duas vezes, na primeira parte, evitou que José Sá ficasse desamparado, aparecendo nas costas de toda a defesa a limpar na área. Com a entrada de Timo Werner a luta passou a ser individual, entre os centrais do FC Porto e os avançados alemães, mas a prova de que a ganhou é que, no ataque final, Hasenhuttl até prescindiu de Augustin. Estava no bolso de Marcano, não era de grande ajuda.

Corona

Mais influente do que Brahimi, esta noite. O argelino ficou muitas vezes preso na teia alemã. Já Corona, sobretudo na fase de maior assédio portista à baliza contrária, ou seja, entre o empate de Werner e o golo de Danilo, foi a principal arma dos Dragões. Faltou-lhe decidir melhor no momento chave, uma pecha que não é de agora.

Herrera

Golo importantíssimo. O FC Porto tinha acabado de perder Marega e, com isso, também devido à falta de soluções, invertera o inicial 4-4-2 para o 4-3-3, que tão bem resultou no Mónaco, por exemplo. Estar em vantagem logo no minuto seguinte à troca ajudou, e muito, a que a transição fosse mais suave. A vencer e perante um adversário que tem no jogo interior o seu ponto forte, ajudou ter mais um homem para a luta. Pontapé abençoado, então, o do mexicano.

Aboubakar

Perdeu cedo o colega de ataque, o que o obrigou a um jogo diferente. Sem ocasiões para marcar, viu-se na luta que deu aos centrais do Leipzig e na primorosa assistência para Maxi fechar o marcador.

José Sá

A defesa que fez ao minuto 22 merece correr mundo. Uma estirada impressionante, a livre de Forsberg, valendo, por si só, o destaque.

Forsberg

Qualidade inquestionável. O melhor do Leipzig esta noite, o que quer dizer muito, pois a equipa alemã teve momentos em que causou muitas, muitas dificuldades ao FC Porto. O futebol de toques curtos assenta-lhe bem. Faltou outro acerto nas bolas paradas.

Timo Werner

Impacto imediato no jogo. Entrou, marcou e justificou a aposta. Golo de classe, perante José Sá. Tem tudo para ser titular desta equipa.