O Manchester City ainda acreditou que, depois da inesperada derrota de Anfiled (0-3), era possível ressuscitar a eliminatória com um golo de Gabriel Jesus logo aos dois minutos, mas não conseguiu dar sequência à entrada fulgurante, foi perdendo gás e desanimou por completo depois dos golos do Liverpool. A equipa de Jürgen Klopp geriu muito bem a eliminatória e acabou por impor a terceira derrota consecutiva à equipa de Pep Guardiola que foi expulso ao intervalo.

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Bastaram dois minutos para o City reforçar as suas expetativas. Pressão de Sterling sobre Van Dijk, que fica a reclamar uma falta, passe atrasado para Fernandinho que lança o antigo avançado do Liverpool pelo flanco e este serve Gabriel Jesus que atira a contar. Dois minutos e as bancadas do Etihad reforçavam as suas convicções. Afinal, era possível. Entrada fortíssima dos homens de Guardiola, como se impunha, mas a verdade é que o Liverpool não abanou.

O City continuou a carregar, com Leroy Sané muito ativo no flanco esquerdo, mas a defesa dos Reds conseguiu atenuar os impulsos dos adversários nos instantes seguintes. Um jogo disputado claramente a duas velocidades, com o City a jogar rápido, com passes longos em profundidade, e o Liverpool, bem com menos pressa, a jogar de pé para pé e a tentar manter a posse de bola.

A verdade é que os visitantes conseguiram afastar o City da sua área e o jogo só voltou a animar nos últimos quinze minutos antes do intervalo, com Bernardo Silva e Sané em plano de destaque. O português atirou ao poste, num remate cruzado, enquanto o alemão marcou mesmo o que seria o segundo golo, embora o lance tenha sido anulado por alegada posição irregular que não existe [a bola vem de Milner e não de Gabriel Jesus]. Um golo que podia ter colocado o Liverpool sobre uma pressão que, na verdade, nunca chegou a sentir.

O intervalo chegou logo a seguir, com intensos protestos de Pep Guardiola que acabaria por receber ordem de expulsão, certamente relacionados com o golo anulado a Sané, e assistiu à segunda parte mais longe da sua equipa, nas bancadas. Uma primeira parte pintada em tons de azul, com o primeiro remate do Liverpool a surgir apenas aos 40 minutos. No entanto, os visitantes contaram ainda com mais uma oportunidade flagrante no último lance da primeira parte, com Chamberlain a combinar com Salah, a contornar Ederson, mas a perder o angulo de remate.

Dois lances que terão assustado Guardiola, uma vez que o City regressou para a segunda parte com a defesa recomposta com quatro elementos. O City procurou voltar com a mesma intensidade, mas encontrou um Liverpool mais adiantado, a procurar estorvar o adversário desde a fase de construção. Um Liverpool que, para desespero da equipa da casa, conseguia jogar por largos minutos longe no campo do adversário. Quando o City tentou inverter o quadro, acabou por consentir o empate aos 56 minutos. Grande passe de Wijnaldum a encontrar Salah na zona central. O avançado egípcio solta Mané que entra na área e parece que é derrubado em falta por Fernandinho, mas Salah recupera a bola e atira a contar, com classe.

A eliminatória morria aqui. O City tinha de marcar mais quatro golos, mas os momentos que se seguiram mostraram que já não havia energia, nem moral para isso. A equipa da casa continuou a desempenhar o seu papel, mas foi o Liverpool que voltou a marcar, aos 77 minutos, na sequência de um erro tremendo de Otamendi. O central argentino arriscou sair a jogar um um-para-um com Firmino e perdeu a bola. O avançado brasileiro foi por ali fora e bateu Ederson como quis. Golpe de misericórdia às pretensões do City e à eliminatória em si, com muitos adeptos do City a deixarem as bancadas mais cedo.

Estava tudo mais do que resolvido. A verdade é que a equipa de Jürgen Klopp teve sempre a eliminatória controlada e acabou mesmo por vencer. Terceira derrota consecutiva para Guardiola que, entre os dois desaires com o Liverpool, também viu a festa do título inglês adiada pelo vizinho United.