Kiev abaixo de zero com os golos de Eduardo Salvio e Franco Cervi. Tango argentino, ritmo lento e poucas vezes sensual, três pontos no Grupo B e colagem aos dois da frente, Nápoles e Besiktas.

Águia concentrada, regular, quase sempre dona e senhora dos acontecimentos, em casa de um Dínamo demasiado pobre para contestar a justeza do resultado final e privado da inspiração de Yarmolenko, o homem que na época passada passeou classe no Dragão.

Demasiado encostado à direita, vagaroso e marcado por uma carraça chamada Grimaldo, o internacional ucraniano esteve pouco em jogo e o que fez, fez mal. Mesmo quando surgiu na cara de Ederson, como sucedeu num par de vezes.

Com o mal dos outros pode bem o Benfica, naturalmente. Sem ser deslumbrante, longe disso, a equipa de Rui Vitória aproveitou com maturidade os erros do Dínamo e raramente foi sobressaltada no mundo de acalmia que escolheu para a visita à Ucrânia.

FICHA DE JOGO DO DÍNAMO KIEV-BENFICA

A grande penalidade cometida por Antunes sobre Gonçalo Guedes, e devidamente concretizada por Salvio aos 9 minutos, facilitou a abordagem das águias e permitiu o recuo das linhas e a espera por aquilo que o Dínamo poderia, ou não, fazer.

Salvo pontuais e inócuas tentativas, mesmo em condições interessantes para a concretização, o Dínamo foi um oponente manso e pouco criterioso na escolha de caminhos para a baliza de Ederson.

Muito jogo lateralizado, erros e mais erros nas combinações ofensivas, e o Benfica mais maduro a acabar com as dúvidas logo aos 55 minutos. Tudo a nascer na inteligência de Pizzi, a percorrer na cavalgada de Salvio e a morrer em dois pontapés de Franco Cervi, o segundo a entrar mesmo na baliza de Rudko.

Nessa jogada, Mitroglou serviu de parede à primeira tentativa de Chucky, antes do argentino bailar com perícia e matar a ansiedade benfiquista.

TUDO SOBRE A LIGA DOS CAMPEÕES

Um exemplo apenas da noite negativa do avançado grego, aparentemente ainda em busca da condição ideal, que tanto jeito tem dado ao Benfica nos últimos 14 meses.

O Dínamo lá procurou o golo de honra, mas entre atrapalhações primárias, aselhice e algum azar, os ucranianos fecharam os 90 minutos sem abater Ederson por uma única vez.

Para o Benfica, a única má notícia acabou de vir de Nápoles. A vitória do Besiktas, com dois golos de Vincent Aboubakar, mantém os lisboetas no terceiro lugar do Grupo B, dois pontos atrás do Nápoles e um atrás do Besiktas.

O triunfo em Kiev, porém, coloca o Benfica numa posição de força dentro do agrupamento, capaz de influenciar as contas e reclamar atenções. Sem sensualidade, sim, mas muito equilíbrio.