*ENVIADO ESPECIAL AO MÓNACO

Numa noite de sonho, no Estádio Louis II, o FC Porto impôs ao Mónaco a maior derrota de sempre em casa na Liga dos Campeões, conquistou os primeiros três pontos no Grupo G e por atacado arrecadou 1,5 milhões de euros.

Mónaco-FC Porto, Liga dos Campeões, 0-3 no marcador… Soa a alguma coisa, não?

Já lá iremos às coincidências… Há que para já começar por esta noite.

Ao contrário da versão interna, sobretudo a caseira, bem mais ofensiva, Conceição parece que terá aprendido a lição com a estreia em falso na Champions diante do Besiktas (derrota por 3-1 no Dragão) e na visita ao Principado colocou uma guarda de honra recuada.

Desde logo, com uma grande surpresa de início: Sérgio Oliveira, que não havia feito um minuto em qualquer jogo oficial, foi chamado à titularidade. Integrou um 4-2-3-1, ao lado de Danilo na zona central, com Marega mais sobre a direita e Aboubakar solto na frente. O esquema virava um 4-4-2 a defender, com Herrera a aproximar-se de do ponta-de-lança camaronês para fazer uma primeira linha de pressão lá na frente.

Pressionado parece ter entrado o FC Porto. Nervosismo inicial, algumas perdas de bola, até que o jogo estabilizou e os dragões começaram a crescer e por fim bateram asas, inaugurando o marcador à passagem da meia-hora.

MÓNACO-FC PORTO, 0-3: FILME DO JOGO

O 1-0 começa com um lançamento longo de Alex Telles para a área do Mónaco; Marcano ganha à defesa monegasca e a bola chega a Marega, até sobrar para Danilo, que para no peito, enche o pé e remata para defesa de Benaglio. Aboubakar faz a recarga, primeiro de pé esquerdo, para uma incrível defesa do guardião suíço (ex-Nacional da Madeira) sobre a linha, e depois com o direito para inaugurar o marcador. Golo! 1-0 e a sensação que Sérgio Conceição podia levar a melhor sobre Leonardo Jardim e sair do Mónaco com um bom resultado.

No regresso dos balneários o dragão voltou a trazer personalidade para o relvado, recuou q.b., explorou a velocidade de Aboubakar e Marega e as assistências de Sérgio Oliveira e Brahimi para as costas da defesa monegasca.

Foi assim que aos 59’ o quase chegava o 2-0: Marega, isolado com um passe teleguiado de Sérgio Oliveira, falhou na cara de Benaglio. A fórmula, porém, daria resultado dez minutos depois. Que grande passe de Brahimi a descobrir Marega na direita, com o franco-maliano, qual locomotiva, a galgar metros e a servir Aboubakar, que de novo na cara de Benaglio rematou para o 2-0 sem direito a recargas.

MÓNACO-FC PORTO, 0-3 (DESTAQUES): noite de gala de «Abisbakar»

A desvantagem fez crescer o Mónaco. Falcao, incansável, até enviou uma bola à trave. Jardim arriscou e Conceição foi povoando o meio-campo com os mexicanos Layún e Corona (o terceiro a entrar foi o compatriota Reyes, também pouco utilizado). Ajudas para um setor que já estava todo amarelado na meia-hora final.

Foi sofrer um pouco, até que em cima dos 90 surgiu a machadada final: Marega e Herrera até falharam, antes de Layún, servido pelo maliano, atirar para o 3-0.

Treze anos depois de vencer a Liga dos Campeões, em Gelsenkirchen, o FC Porto voltou a bater o Mónaco por 3-0. Desta vez, apareceu um Porto de luxo na «Liga Milionária», que veio ao Principado arrombar o cofre para resgatar 1,5 milhões de euros e três pontos. Pelo meio, os dragões ganharam embalagem para o clássico do próximo domingo, em Alvalade, com um triunfo surpreendentemente folgado, mas totalmente merecido. Aliás, o futebol é um jogo em que o talento ajuda e o esforço muitas vezes compensa.

Ganhar ou perder por sorte ou azar é algo que só acontece com frequência a escassos quilómetros metros daqui, no casino de Monte Carlo.