*ENVIADO ESPECIAL AO MÓNACO

A FIGURA: Aboubakar

Sérgio Conceição deixou-o solto lá na frente e bem pode confiar nele. O camaronês está a ter um arranque de época fulgurante e foi um dos reis da noite no Principado. Aos 31’ lá estava ele a inaugurar o marcador, com uma dupla recarga, após defesa fantástica de Benaglio. Aos 69’, Vincent voltou a aparecer na cara de Benaglio e mais uma vez causou pesadelos aos monegascos. Fez o 2-0, bem servido por Marega, antes de sair aos 73’ debaixo de uma ovação dos muitos adeptos portistas. Foi o terceiro bis do ponta-de-lança portista na Liga dos Campeões, que com uma noite de gala foi decisivo na primeira derrota do Mónaco em casa desde 9 de maio. Félicitacions, «Abisbakar».

O MOMENTO: Minuto 69: a coroação africana

Enquanto o Mónaco crescia, o FC Porto tentava explorar o espaço nas costas da defesa do adversário. Bola no pé, passe em profundidade era a fórmula portista para a segunda parte, que resultou em pleno aos 69 minutos. Brahimi rodou e fez um passe a romper as linhas recuadas do Mónaco, para Marega surgir em profundidade, meter a terceira e prego a fundo cruzar para Aboubakar na área, que de novo na cara de Benaglio atirou para o 2-0. Que jogada do FC Porto! Com o selo de qualidade de um trio 100 por cento africano.

Outros destaques:

Brahimi

O argelino rodopia como os bólides de Fórmula 1 na curva do casino do Grande Prémio do Mónaco. Disso já todos sabem. Esta noite, porém, começou nervoso, com algumas perdas de bola (no início parecia o único com liberdade para arriscar), mas foi subindo de rendimento. Aos 69’ é do seu génio que surge o lance do 2-0: primeiro a driblar, depois a servir Marega na perfeição, isolando-o com um passe a rasgar a defesa adversária.

Sérgio Oliveira

Quem diria que até esta noite não havia jogado qualquer minuto num jogo oficial? Sérgio (Conceição) apostou em Sérgio (Oliveira), que entrou para reforçar o meio-campo, e causou uma surpresa de início. A verdade é que o treinador portista arriscou e venceu. O médio português não só foi fundamental a defender, como a usar a sua meia distância ou a descobrir espaços nas costas da defesa adversária, como aconteceu aos 59’, quando com um passe primoroso isolou Marega.

Marega

Até cansa vê-lo correr. Atuou sobre o lado direito do ataque até à saída de Aboubakar aos 74’. Defendeu bem, atacou muito, falhou um golo cantado (que seria o 2-0 aos 59’), mas redimiu-se em grande estilo, assistindo «Abou» para o segundo e Layún para o terceiro.

Marcano e Felipe

Uma dupla tão sólida como o rochedo sobranceiro ao Estádio Louis II. Com Diakhaby e Falcao pela frente, Marcano e Felipe foram impondo o seu jogo e ganhando confiança à medida que o relógio avançava. Seguros na marcação, destemidos em cada lance dividido. Grande exibição de ambos. Como também de Alex Telles, muito disponível a avançar pelo flanco e firme a defender.

Falcao

Cada jogo é para ele um combate. Prova disso mesmo, a meio da primeira parte já andava com a cabeça ligada. No reencontro com o FC Porto, o ponta-de-lança colombiano foi o principal destaque dos monegascos e o protagonista da melhor oportunidade da sua equipa: atirou à trave aos 71’, após cruzamento de Rony Lopes.

João Moutinho e Rony Lopes

Engolido pelo meio-campo reforçado do FC Porto, Moutinho esteve uns furos abaixo do que é habitual. Lutou muito, pautou o jogo da equipa monegasca nas raras ocasiões em que teve espaço para isso, mas não fez a diferença. Rony entrou aos 63’, quando Jardim tentava o empate, mas poucos minutos depois o Mónaco sofria o 2-0. Com ele em campo, os monegascos tiveram o seu melhor período. O jovem médio luso teve inclusivamente parte ativa na melhor oportunidade da sua equipa: foi dele o cruzamento para Falcao atirar à trave.