O Atlético de Madrid vingou a derrota caseira com o Benfica, exatamente com o mesmo resultado registado no Vicente Calderón, e garantiu o primeiro lugar do Grupo C, deixando a equipa portuguesa à mercê dos «tubarões» no sorteio dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
 
As «águias» entraram em campo cheias de boas intenções, embora sem conseguir criar situações de perigo, e nos instantes finais do encontro também tiveram um excelente reação, mas pelo meio deparara-se com a dura realidade. Cínica, matreira e com um modelo de jogo bem consolidado, a equipa do Atlético de Madrid soube travar as boas intenções portuguesas e aproveitar os erros defensivos do adversário. Tal como tinha feito o Benfica na capital espanhola, a bem dizer.
 
Rui Vitória surpreendeu ao prescindir inicialmente de Mitroglou e Jiménez, apostando em Jonas como unidade mais ofensiva, com Nico Gaitán solto nas costas. Sem a pressão da luta pelo apuramento e com a confiança trazida de Madrid, o Benfica entrou em campo de forma muito positiva, a remeter o Atlético para o seu meio-campo defensivo.
 
Com Renato Sanches a assumir a fase inicial da construção de jogo e com um ataque muito móvel e dinâmico, a equipa portuguesa deixou boas indicações na fase inicial do encontro, mas sem conseguir rematar à baliza de Oblak. O Benfica chegaria ao intervalo só com um remate (digno desse nome, pelo menos), protagonizado por Gonçalo Guedes ao minuto 39, com a bola a sair ao lado da baliza de Oblak (muito assobiado no regresso à Luz).
 
Sem conseguir sair do seu meio-campo nos instantes iniciais, também por mérito da rápida reação benfiquista, o Atlético começou a sair com maior fluidez a partir dos 15 minutos, aproveitando também uma menor intensidade da pressão contrária.
 
Mais pragmática, a equipa «colchonera» até festejou um golo logo ao minuto 18, mas Godín estava claramente em posição irregular no momento do cabeceamento para a baliza. Quinze minutos depois a festa espanhola contou mesmo, num lance de aproveitamente sagaz de um momento de descompensação na defesa benfiquista. Griezmann lançou Vietto na área e este cruzou atrasado para Saúl Ñigúez, que ao terceiro remate lá conseguiu bater Júlio César.
 
A crença do mais jovem
 
Rui Vitória sentiu que era preciso maior poder de fogo na frente e ao intervalo decidiu lançar Mitroglou, que logo aos 26 segundos da etapa complementar apareceu solto na área e rematou de pé direito à malha lateral.
 
As boas intenções trazidas do intervalo foram duramente abaladas pelo segundo golo do Atlético, apontado ao minuto 56. Autor da assistência para o tento inaugural, Vietto apareceu ao primeiro poste a desviar de carrinho um cruzamento rasteiro de Ferreira-Carrasco.
 
O treinador do Benfica respondeu com a entrada de Jiménez e o mexicano até entrou bem: testou a atenção de Oblak logo de seguida (64m) e depois fez a assistência para o golo de Mitroglou (75m).
 
A dupla de ataque saída do banco deu muito trabalho à defesa «colchonera», mas quem reanimou o Benfica foi um menino de 18 anos. Com duas ou três arrancadas com a bola controlada, a enfrentar a muralha contrária sem qualquer receio, Renato Sanches mostrou que era possível.
 
O público da Luz também acreditou e empurrou a equipa da casa para uma reação muito digna, embora infrutífera. O próprio Renato tentou empatar o jogo com um remate parecido com o que valeu o festejo frente à Académica, mas desta vez a bola saiu por cima. Jiménez ficou depois a centímetros do golo com um mais um daqueles cabeceamentos ao primeiro poste (82m), e Eliseu tentou a sorte de longe já à entrada para a fase do desespero (87m), mas o Benfica não conseguiu chegar à igualdade que garantaria o primeiro lugar do grupo.