As comparações com a derrota em Paris eram inevitáveis e Luis Enrique não fugiu a elas, falando em «novo» pesadelo, mas desta vez menos crente numa nova «remontada» épica, com aquela que permitiu ao Barcelona chegar a estes quartos de final da Liga dos Campeões.

Foi um treinador bem mais pragmático na sala de imprensa do que a sua equipa foi em campo, minutos antes. «Hoje custa-me mais a acreditar numa recuperação. É indiferente considerar o resultado justo ou injusto, a  verdade é que a primeira parte foi muito má. Foi como uma terceira parte do PSG-Barça. O que só por si já é uma coisa grave, muito grave. Depois sofremos um terceiro golo num canto», destacou o treinador na «flash» da TV3.

«Tenho de analisar o jogo em profundidade, mas posso dizer já que o posicionamento e outras coisas más estiveram abaixo do nível requerido. O posicionamento com bola é minha responsabilidade, mas sem a bola a intensidade tem de ser outra. Revivemos um pesadelo que têm os culés. Temos de rever tudo o que fizemos de mal», acrescentou.

Apesar da má exibição, Luís Enrique fez apenas uma alteração durante o jogo, fazendo entrar André Gomes, logo no início do segundo tempo, para o lugar de Mathieu. «Acho que estivemos melhor na segunda parte. Fomos iguais ou mesmo superiores à Juve», comentou.

Mas a verdade é que o Barça também perdeu 4-0 com o PSG e acabou por chegar aos quartos de final. «Nesta altura não me apetece pensar no futuro. Nem sei o que me apetece fazer. Ainda que seja um otimista por natureza, também tenho de passar pelos meus momentos de luto. Responsabilizo-me a cem por cento por esta derrota. Pelo menos tenho crédito por umas horas, amanhã começo a pensar na remontada. Foi o reviver de um pesadelo, nisto o futebol é como na vida», destacou.

Além da derrota em Turim, o Barça também ficou a saber esta terça-feira que não vai poder contar com Neymar por três jogos, incluindo para o clássico com o Real Madrid. «A notícia que chegou de Dortmund foi bem mais lamentável. Esta do Neymar, tendo em conta os precedentes e conhecendo o que pode acontecer, não surpreende ninguém. A mim não me surpreendeu», comentou.