Figura: Estádio da Luz

Impressionante, admirável, por vezes surpreendente, mas sempre notável. Sobretudo mágico. O ambiente do Estádio da Luz, onde mais de 60 mil pessoas recuperaram a mística das grandes noites europeias, foi tudo isso, e muito mais. Em 1990, no fim das meias-finais com o Marselha, um jornalista francês disse que nunca tinha vivido nada como a mística do Benfica, mas que também não a conseguia explicar. Faz sentido, não se explica: admira-se em grandes noites.

Positivo: Arturo Vidal

É incontornável. Mesmo que se quisesse muito, não dá para desviar esta análise do essencial: e o essencial é que Vidal foi o homem que desequilibrou a eliminatória. Já tinha marcado em Munique o golo da vitória, voltou a marcar esta noite, num remate forte, de pé esquerdo, que empatou o jogo e despejou gelo sobre o Estádio da Luz. Mais tarde ainda foi dele o canto que permitiu a Javi Martínez desviar para Muller encostar para golo. Lapidar.

Momento: Raul Jimenez falha o segundo

A lesão de Mitroglou manteve-o no onze e ele respondeu com o golo que fez a Luz explodir: foi aos 27 minutos, num cabeceamento cheio de oportunismo. Curiosamente, quatro minutos depois, teve uma ocasião soberana para voltar a marcar, mas embrulhou-se com a bola e o remate foi desviado por Neuer. Podia ter feito o segundo, que tornaria tudo diferente, no momento do jogo. Mas enfim, alimentou a capacidade dos benfiquistas sonhar, o que já não foi pouco.

OUTROS DESTAQUES:

Eliseu

Passou meia hora a discutir com Rui Vitória, que queria que defendesse por fora, enquanto ele (que não anda aqui há dois dias) preferia fazê-lo perto dos centrais, para não se expor à velocidade dos adversários. Depois disso assistiu Jimenez para o primeiro golo e travou o isolado Douglas Costa.

Talisca

Entrou em campo para relançar o jogo, ele que é uma pessoa de extremos: capaz do melhor e do pior. Esta noite viu-se a face mais favorável do brasileiro, que empatou o jogo na marcação perfeita de um livre e ainda ameaçou fazer o terceiro golo num outro remate que saiu a rasar o poste.

Ederson

Voltou a ser destaque do jogo: desta vez teve menos trabalho do que em Munique, mas uma eficácia muito boa. Para lá de uma fífia que quase desviava a bola para a própria baliza, tirou o golo dos pés de Douglas Costa, parou um remate de Lewandowski e ainda agarrou um cabeceamento de Vidal.

André Almeida

Talvez tenha sido o jogador mais seguro defensivamente, se bem que Lindelof foi muito mais vezes exposto (e teve por isso mais trabalho) e Jardel esteve muito bem nas dobras. André Almeida defendeu bem, saiu com critério e ainda ameaçou marcar, num remate forte que Neuer defendeu.

Lahm

O capitão do Bayern é, aos 32 anos, um pêndulo de eficácia, experiência e inteligência. A forma como sai da posição de lateral para se posicionar no meio campo é fundamental na estratégia do Bayern de conservar a bola. Para além disso, ainda foi dele a assistência para o golo de Vidal.

Muller

É o líder da equipa, o jogador que grita (e puxa) pelos colegas. Ao longe parece não ter nada de especial para lá disso, não é extremamente rápido ou muito tecnicista, mas surge do nada onde mais é preciso: fez um golo, teve um segundo anulado e ainda ameaçou outro. Foi só encostar...