A figura: Carrillo
Magia e irreverência à solta em Alvalade. O internacional peruano está a iniciar a temporada a um nível altíssimo, e nesta noite europeia foi o protagonista dos momentos mais brilhantes da exibição leonina. Basta recordar o magnífico passe para Bryan Ruiz no lance do primeiro golo, apontado por Teo Gutiérrez, e depois a assistência de alcanhar para o 2-1, da autoria de Slimani. Só estes dois apontamentos já justificavam o destaque, mas entre uma e outra coisa Carrillo foi sempre o elemento mais sólido do Sporting. Numa altura em que se debate muito o futuro do peruano, que está no último ano de contrato, eis uma exibição que deve ter deixado alguns «olheiros» com água na boca.
 
Positivo: início asfixiante
Excelente entrada em campo do Sporting, remetendo o adversário para o seu meio-campo defensivo nos primeiros 20 minutos. Futebol vertical, com muita mobilidade das unidades mais adiantadas e reação agressiva à perda de bola, permitindo que o ciclo se repetisse inúmeras vezes. A vantagem alcançada aos 12 minutos era, por isso, totalmente justificada. O problema é que o gás acabou muito cedo, e em vários momentos do jogo faltou alguma frescura física e mental.
 
Negativo: dificuldes para manter a linha
A partir do minuto 20 a reação do Sporting à perda de bola perdeu eficácia, e o CSKA começou a sair em contra-ataque. A defensiva leonina revelou então grandes dificuldades para manter a coesão na última linha e colocar os avançados em posiçãp irregular. Isso deu origem não só ao lance da grande penalidade (que Rui Patrício defendeu), mas também na jogada do golo de Doumbia. E em ambos os lances é Naldo que coloca o adversário em posição legal.
 
Outros destaques:
 
Rui Patrício
Absolutamente decisivo em dois momentos, ambos com Doumbia: primeiro ao defender uma grande penalidade do marfinense, aos 27 minutos, e depois a negar o golo ao avançado do CSKA num lance em que este apareceu-lhe isolado (79m), ainda antes de Slimani fazer o 2-1. Doumbia marcou um golo, é certo, mas Patrício saiu por cima neste duelo.
 
Bryan Ruiz
Já se percebeu que é um elemento fundamental na manobra deste Sporting, tendo em conta sobretudo as diagonais para o corredor central, e não estranha por isso que a quebra do Sporting esteja muito associada à quebra de Ruiz. Fez a assistência para o golo de Teo e já na segunda parte ficou a pedir uma grande penalidade, em lance com V. Berezutski.
 
Slimani
Sempre a mesma garra, mesmo quando a finalização parece não estar afinada. Teve três ocasiões na primeira parte, e se em duas foi Akinfeev a negar-lhe o golo, na outra atirou à malha lateral quando estava em condição para fazer melhor. Não se deixou abater e logo no início da segunda parte voltou a protagonizar um lance de perigo, no qual fica a ideia que o guarda-redes do CSKA volta a ser decisivo. A entrega foi premiada a sete minutos do fim, altura em que apontou o golo que valeria o triunfo leonino.
 
Musa
A velocidade do avançado nigeriano foi uma enorme dor de cabeça, e não foi apenas para João Pereira. Está na génese do lance da grande penalidade, e ainda antes do intervalo provocou mais dois calafrios. Na segunda parte continuou a colocar a defesa leonina em sentido, mas a preponderância já não foi a mesma.
 
Doumbia
Também muito rápido, para além de possante, o avançado marfinense não deu um minuto de descanso aos centrais leoninos. Marcou um golo mas as consequências para a formação portuguesa até podiam ter sido piores, tendo em conta que desperdiçou uma grande penalidade e um lance em que apareceu isolado diante de Patrício.
 
Tosic
Foi o primeiro jogador do CSKA a dar nas vistas, ao minuto 20, com um excelente trabalho dentro da área. Rodou sobre os centrais e desviou a bola de Rui Patrício, mas depois perdeu ângulo de remate e cruzou para um corte de Paulo Oliveira. Pouco depois conquistou a grande penalidade desperdiçada por Doumbia (lance com Jefferson). Sem a velocidade de Musa e Doumbia, mas com um pé esquerdo de qualidade inquestionável.