Amarrado à inspiração de Nico Gaitán, o Benfica entrou a vencer na Liga dos Campeões 2015/16, diante dos «caloiros» do Astana (2-0).  O internacional argentino teve participação direta nos dois golos do encontro e soltou a equipa das amarras recuperadas na primeira parte.
 
A etapa inicial deixou sinais negativos, ao recuperar um Benfica apático e confuso. Dificuldades para contornar a organização defensiva do adversário. Na segunda parte, aí sim, a magia de Gaitán desequilibrou a balança e permitiu uma exibição mais positiva das «águias».
 
O argentino provou, uma vez mais, que é o grande reforço do Benfica para 2015/16. A grande maioria dos adeptos encarnados dirá que a permanência do «10» foi a melhor notícia do Verão que agora termina.
 
Arranque em falso
 
Moralizado pela goleada ao Belenenses e perante um adversário que se estreava na Liga dos Campeões, seria de esperar uma entrada forte do Benfica. Mas não foi nada disso que se viu. Os bicampeões nacionais entraram apáticos no jogo e deram margem para o período de adaptação cazaque.
 
O primeiro remate encarnado até surgiu logo aos dois minutos por Talisca, mas a primeira ocasião de perigo (verdadeiramente dita) só surgiu aos 30. Jonas trabalhou bem sobre Postnikov, no coração da área, e rematou de pé esquerdo para defesa de Eric com as pernas.
 
A cena repetiu-se à beira do intervalo, com novo remate do brasileiro para defesa com as pernas do guarda-redes do Astana. Em dois momentos se resume o perigo criado pelo Benfica na primeira parte.
 
A equipa de Rui Vitória mostrou-se dependente dos desequilíbrios de Jonas na zona central mas sobretudo da irreverência de Nico Gaitán. O argentino foi o elemento de maior destaque na primeira parte, e na segunda carregou mesmo a equipa para o triunfo.
 
Um susto antes do «efeito Nico»
 
Refira-se, ainda assim, que a etapa complementar abriu com uma bola ao poste da baliza de Júlio César. Schetkin, lançado ao intervalo para o lugar do lesionado Kabananga, ficou muito perto do golo (46m).
 
Cinco minutos depois o Benfica chegou à vantagem. Gaitán combinou com Mitroglou e rematou de pé esquerdo já no interior. Rematou forte, quase como se estivesse zangado com o caminho que o jogo levava. E assim tirou um peso de cima da Luz.
 
Merecidamente louvado pelos adeptos, Gaitán esteve depois na génese do segundo golo. O argentino ameaçou que ia para a finta, atraiu os adversários e depois libertou para Jonas, que lançou Eliseu na esquerda, que depois cruzou rasteiro para a conclusão fácil de Mitroglou.
 
Depois de ter feito a assistência para o primeiro golo, o avançado grego apontou o segundo. O quarto tento de águia ao peito. Mitroglou não é um prodígio técnico, já se sabe, mas sempre que procurou servir de apoio frontal aos colegas ajudou a criar desequilibrios importantes. Desequilibrios que o Benfica não encontrou na primeira parte.
 
O Astana reagiu ao 2-0 com duas ocasiões, mas Shomko e Maksimovic falharam o alvo. A vantagem terá permitido a Rui Vitória pensar um pouco na visita ao Dragão, a avaliar pela saída de Jonas ao minuto 73, mas nos instantes finais o Benfica podia ter aumentando a diferença.
 
Raúl Jiménez rendeu Talisca pouco depois (77m) e ficou a centímetros do golo ao desviar um cruzamento de Eliseu. O jogo acabou mesmo com um livre direto do lateral, para defesa fotogénica de Eric, mas a figura da noite foi mesmo Gaitán.