*Enviado-especial a Munique

A FIGURA: Lewandowski

 
Dois golos mas podiam ter sido mais. Gozou do espaço que nunca teve no Dragão e fez o melhor sabe: massacrar defesas. Por alto ou pelo solo, foi o epicentro dos raides alemães que, no primeiro tempo, dizimaram o FC Porto. Finalizou com classe a brilhante jogada do terceiro golo, no arranque oficial para o descalabro portista. Fez o quinto com tranquilidade, quase a perguntar para onde queriam a bola. É um avançado de top mundial e, infelizmente para o FC Porto, mostrou porquê esta noite.
 
O MOMENTO: uma obra de arte em forma de arma mortífera
 
Minuto 27. O Bayern faz o terceiro golo. Poderíamos aqui encaixar o primeiro, demasiado cedo, a iniciar a noite negra. O segundo por ter colocar o Bayern na frente da eliminatória. O terceiro, contudo, é o melhor da noite, acabou com as esperanças do FC Porto e deu início, verdadeiramente, ao pesadelo. Um golaço a três toques: centro de Lahm, assistência de Muller e cabeceamento certeiro de Lewandowski. Brilhante e mortífero.
 
OUTROS DESTAQUES

BERNAT, MULLER, LAHM, XABI ALONSO


Resume-se o resto da equipa do Bayern neste parágrado: demasiado fortes. Mesmo sem Robben, Ribery ou Schweinsteiger (que não saiu do banco), a máquina de Guardiola provou que o Dragão foi acidente de percurso. Os nomes acima foram os que estiveram mais em evidência. Mas é o todo que impressiona
 
JACKSON MARTÍNEZ

Se alguém fez os portistas sonhar foi ele. Não só pelo golo, mas também pela jogada quase imediata em que o 5-2 pareceu à vista. Se tem marcado ali o final de jogo seria bem mais tenso, com o FC Porto a um golo do apuramento. Foi pena que só se tivesse visto naquela fase. Mas se ninguém o acompanha, o que pode fazer.
 
FABIANO
Para os de boa memória, a época começou com Julen Lopetegui com dúvidas quanto ao que valia Fabiano. Quis outro guarda-redes, mas o brasileiro acabou por convencê-lo. Não foi, certamente, por exibições como a desta noite. Longe de ser culpado único (quem navegou à tona?) é um dos rostos do descalabro. Muito mal batido no quarto golo. Poderia ter feito mais no segundo e terceiro. Ambos são lances em que, não tendo rótulo de vergonha, deixa a ideia que um guarda-redes de maior nível teria resolvido.
 
QUARESMA
Está diferente, é certo, mas há vícios que custam a deixar para trás. A forma como deixou Bernat passar e nem o quis incomodar no golo que abriu o ativo marcou-lhe a noite. Saiu ao intervalo, quando Lopetegui quis mudar a estratégia, sem nunca ficar perto do brilho da primeira mão.
 
RUBEN NEVES
Parece incrível, mas foi ao miúdo de 18 anos, feitos há pouco, que Lopetegui socorreu para equilibrar a equipa que estava desfeita depois de 45 minutos para esquecer. Respondeu bem, como quase sempre. O ritmo alemão era bem mais calmo, mas ajudou a estancar a ferida até ao limite do possível.