O Sporting não sobreviveu ao pior jogo que fez em toda esta caminhada na Liga dos Campeões. Esteve quase, é verdade, mas claudicou mesmo pertinho do fim.
O nome de Jonathan Silva tem nesta altura de ser sublinhado a negrito.
O argentino começou o jogo no banco, entrou aos 77 minutos quando Fábio Coentrão se estatelou contra um painel de publicidade e sete minutos depois abordou muito mal um cruzamento do flanco oposto, permitiu que Mandzukic lhe ganhasse a frente vindo de trás e cabeceasse para o segundo golo da Juventus.
Foi o fim do Sporting.
É verdade, portanto, que esta má abordagem tornou-se fundamental para o desfecho do encontro, mas também é verdade que não explica tudo.
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Não explica por exemplo as dificuldades leoninas em sair do sufoco, em segurar a bola, em estender o futebol no relvado, em conseguir enfim respirar perante a superioridade adversária. Sobretudo na primeira parte, a asfixia foi tremenda.
Perante uma Juventus adulta e madura, o Sporting marcou muito cedo, logo aos 12 minutos, num autogolo de Alex Sandro: Bruno Fernandes isolou Gelson Martins, que mais uma vez não conseguiu marcar na cara do guarda-redes, mas teve a felicidade de ver o ressalto bater no lateral brasileiro e levar a bola a entrar caprichosamente na baliza.
A partir daí, e porque estava a ganhar, o Sporting aceitou recuar, foi portanto um recuo consentido e natural, mas foi também um recuo demasiado grande.
A Juventus ameaçou uma, duas, três vezes, Khedira, Mandzukic e Dybala ficaram perto de marcar, até que Pjanic fez mesmo o empate: na marcação de um livre irrepreensível.
Jesus: «Mais uma vez, o Sporting não foi inferior»
O golo não mudou nada, a Juventus continuou a sufocar, perante um Sporting incapaz de reagir e a necessitar urgemente do intervalo. Mandzukic, Cuadrado e Higuaín ficaram perto de marcar, valeu Rui Patrício na baliza e um grande Coates a socorrer todas as aflições, ele que foi provavelmente o melhor jogador do Sporting no Juventus Stadium.
O final da primeira parte foi um alívio para o Sporting, permitiu à equipa respirar e defender melhor no regresso dos balneários, mas a verdade é que mudou pouco ofensivamente. É certo que a equipa passou por menos sustos, mas continuou jogar demasiado recuada e a hesitar nas saídas para o ataque.
Durante a maior parte do tempo, aliás, esse foi o problema: o meio campo esteve muito próximo da defesa, a criar apoios defensivos, deixando os avançados desprotegidos, sem retaguarda, sem ninguém para disputar as segundas bolas, sem suporte para jogar.
Allegri: «Juventus não está num momento brilhante»
Ora por isso a segunda parte foi-se arrastando no meio-campo leonino. O Sporting foi sobrevivendo, é certo, até que Allegri lançou Matuidi e Douglas Costa, Jesus respondeu com Palhinha e Jonathan Silva, a superioridade da Juventus impôs-se de forma mais clara e Mandzukic fez o tal golo que garantiu a vitória italiana.
Uma vitória justa, há que dizê-lo, da melhor equipa.
O Sporting somou a segunda derrota na Liga dos Campeões - as duas seguidas, curiosamente, pela margem mínima e vendidas muito caras -, caindo com isso para o terceiro lugar. Agora está obrigado a vencer a Juventus em casa para voltar a sonhar com o apuramento.
Está tudo em aberto, portanto.