História, fez-se história em Cardiff!

O Real Madrid tornou-se a primeira equipa a vencer a Liga dos Campeões consecutivamente e aumentou para 12 o número de taças de campeão europeu no seu Museu.

Esta é a Liga dos merengues, é a competição na qual se sentem mais à vontade e na qual os outros é que sentem pressão. Aqui mandam eles e com esta é a terceira em quatro anos!

A outra parte da história de Cardiff? Ronaldo! O português bisou, chegou aos 600 golos na carreira, marcou o golo 500 do Real Madrid na prova, tornou-se o primeiro jogador a marcar em três finais da Champions e sagrou-se o melhor marcador desta edição, superando Messi (12 contra 11). E recorde-se… chegou aos quartos apenas com dois golos!

Mas vamos por partes porque nem tudo foi festa e a missão frente à Juventus até esteve complicada, apesar do 4-1 não demonstrar isso.

A Juventus jogou no figurino habitual, num 3-4-3 que muitas vezes foi 4-4-2, com Barzagli a fazer de lateral e Dani Alves a extremo.

Já Zidane optou por manter Isco em vez do recuperado Bale, que jogava a final em casa (entrou na parte final). Dispôs os seus pupilos em 4-4-2, com Benzema e Ronaldo soltos à frente de Isco. De resto tudo igual!

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Félix Brych apitou e a Juventus não perdeu tempo a atacar a baliza de Navas.

Aos oito minutos já Navas tinha feito três defesas, ainda que apenas uma tenha sido de grau de dificuldade elevado. A culpa foi de Pjanic que rematou forte e o costariquenho foi buscar a bola bem junto à relva.

O Real Madrid reagiu e equilibrou as contas a meio-campo, com Zidane a abrir o losango inicial para defender com quatro homens em linha. E daria mesmo resultado prático! Agarrou o ímpeto da Juventus e na primeira oportunidade que teve fez o primeiro da partida.

Modric deu em Kroos, o alemão arrancou, passou a linha divisória e entregou a Benzema. O francês serviu de pivot e abriu na direita para Ronaldo, que recebeu, deixou Carvajal passar nas costas e meteu-lhe a bola. O lateral de primeira cruzou para a entrada da área e, de forma letal, Ronaldo rematou para golo.

Festa em Cardiff, era o golo 500 do Real Madrid na Liga dos Campeões e o golo que colocava Ronaldo ao lado de Messi no líder desta época na Champions.

Só que a festa espanhola abrandou pouco depois, quando Mandzukic fez um dos melhores golos de sempre em finais da Liga dos Campeões. Bola pelo ar nas costas da defesa do lado esquerdo, Alex Sandro não deixa cair e coloca na zona do penálti, onde Higuaín domina no peito e com o pé direito levanta para Mandzukic. O croata também domina no peito e de bicicleta faz um golaço!

Italianos em festa, espanhóis de boca aberta com a qualidade do golo!

Nesta fase o jogo estava partido e emotivo, com a bola a andar perto das balizas, sem que existissem claras oportunidades de golo. A melhor foi de Ronaldo, que de cabeça não acertou bem, em posição privilegiada.

O árbitro alemão apitou para o intervalo e a sensação que dava é que ninguém dominava o jogo e que poderia ser um pequeno pormenor (ou Ronaldo) a decidir.

Só que a segunda parte trouxe o que ninguém esperava, o domínio absoluto de uma equipa.

O Real Madrid entrou muito melhor e não permitiu sequer que a Juventus tivesse um lance de perigo durante os 45 minutos, exceção feita a uma cabeçada de Alex Sandro ao lado já com o jogo em 3-1.

Os primeiros dez minutos foram muito faltosos, mas o domínio era blanco. O Real Madrid andava à volta da área da Juventus e ameaçava, ainda que sem a clarividência necessária.

E foi precisamente num lance pouco definido e com muitas carambolas que Casemiro fez o 2-1. Benzema entrou na área pela esquerda, puxou para dentro e passou para a entrada da área onde Kroos rematou, mas muito enrolado. Alex Sandro tirou no centro da área, mas pelo chão e serviu de bandeja Casemiro, que veio de trás para rematar de muito longe. A bola bateu em Khedira e fez um arco tremendo, entrando junto ao poste direito de Buffon.

O golo justificava-se e três minutos depois do 2-1, Ronaldo fez o 3-1 e matou o jogo. Modric recuperou a bola, tabelou com Carvajal na direita e foi à linha cruzar para o português desviar ao primeiro poste para o golo.

Agora sim, a festa era totalmente blanca e o bicampeonato europeu estava quase garantido. Não só pelo resultado, mas porque a Juventus nem assustava. Allegri reagiu e meteu Cuadrado, Lemina e Marchisio, só que nada resultava.

Para piorar, Cuadrado foi expulso aos 81’ depois de uma cena com Ramos, escusada!

A Juventus resignou-se e o Real Madrid não parou. Já nos descontos, Marcelo irrompeu pela esquerda, entrou na área e cruzou pelo chão para Asensio fazer o 4-1 final.

Com este golo, a Juventus sofreu mais neste jogo do que em todo o percurso, já que Buffon tinha encaixado apenas três.

Título entregue, 12ª Liga dos Campeões da história, bicampeonato europeu inédito, Ronaldo melhor marcador da Champions e o primeiro jogador a marcar em três finais da prova. Chamem-lhe Liga Ronaldo…Para o ano há mais!