Uma mera formalidade que se ia transformando em nova goleada. Com a volumosa vantagem que trouxe de Gelsenkirchen (6-1), o Real Madrid apresentou uma equipa de recurso e voltou a bater o Schalke (3-1), seguindo para os quartos de final com um resultado agregado de 9-2. Mais uma grande noite de Cristiano Ronaldo que, com mais dois golos, chegou aos treze na liga milionária, o seu melhor registo de sempre, ficando a apenas um golo do recorde absoluto de Altafini e Messi. Um recorde que lhe foi negado pelos ferros: uma bola na trave e outra no poste a adiar uma nova marca do fantástico português.

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Carlo Ancelotti, certamente a pensar no clássico do próximo domingo, com o Barcelona, abriu espaço para os jogadores menos utilizados, deixando apenas um titular por setor, sem prescindir de Cristiano Ronaldo na frente e juntando-lhe os jovens Morata e Jesé. Espaço ainda para a estreia de Fábio Coentrão na atual edição da Liga dos Campeões. Os planos do treinador italiano foram, no entanto, «sabotados», logo aos 9 minutos, depois de uma entrada duríssima de Kolasinac sobre Jesé ( suspeita de rotura de ligamentos) que obrigou à entrada forçada de Gareth Bale na contenda.

Com um ritmo baixo, sem qualquer pressão do adversário, o Real Madrid controlou o jogo como quis e, na primeira vez que imprimiu velocidade, chegou ao golo, aos 22 minutos. Muito simples. Arrancada de Morata pela zona central, abertura para a direita para Bale que cruza de primeira para a área onde surgiu Ronaldo a encostar. Foi o 12º golo do internacional português na atual edição da Liga dos Campeões, um registo que lhe permite igualar a sua melhor marca e ficar a apenas dois do recorde absoluto detido por Altafini e Messi.

Se o Real Madrid já estava tranquilo, depois do golo relaxou mesmo em campo, permitindo à equipa alemã entrar finalmente no jogo. Morata ainda ameaçou, por duas vezes o 2-0, mas o Schalke chegou ao empate, aos 32 minutos, num pontapé fortuito do lateral Hoogland que sofreu um desvio caprichoso na bota de Sergio Ramos e traiu Casillas. Um golo que animou a equipa alemã que até esteve perto de passar para a frente do marcador, com três oportunidades evidentes de Huntelaar, o autor do fantástico golo da primeira mão, nos últimos instantes da primeira parte.

Recorde bate na trave e no poste

O Real Madrid, agora também com Casemiro em campo, voltou a assumir as rédeas do jogo na segunda parte, diante de um Schalke cada vez mais conformado, apenas com a intenção de deixar o Bernabéu com dignidade. Faltava apenas saber se Cristiano Ronaldo ia voltar a marcar. E esteve muito perto disso, logo a abrir o segundo tempo com uma cabeçada que passou a rasar a trave. Seguiu-se nova oportunidade, na marcação de um livre, e o 13º golo chegou mesmo, ao minuto 75, depois de mais uma arrancada do português a culminar com um remate colocado junto ao primeiro poste. Ronaldo estava a apenas um golo do recorde de Messi que podia ter caído logo a seguir, com uma bomba do português à trave. Morata aproveitou a sobra para fazer o terceiro do Real Madrid.

Até final, Ronaldo voltou a estar muito perto do recorde, com mais uma arrancada e um remate, desta vez devolvido pelo poste. O suplício do Schalke acabou logo a seguir, depois de nove golos encaixados, quatro deles com a marca registada de CR7 que, com os dois desta noite, igualou os 242 da lenda Ferenc Puskas com a camisola do Real Madrid.