O Barcelona tinha uma cordilheira para ultrapassar, mas nem saiu da base. A esperança de nova aventura épica em Camp Nou foi-se diluindo com o relógio e com o insistente 0-0 no marcador frente à Juventus.

A equipa italiana foi tudo aquilo que se esperava de uma vecchia signora da Europa. Com grande pose, sem temer o oponente. De cabeça erguida, orgulhosa de quem é, frente a uma formação que ia tentar descompô-la como pudesse.

Os primeiros momentos pertenceram, inclusive, a Dybala e companhia. Sempre com o argentino no centro das ações ofensivas, foi a Juve quem assumiu a bola no início em Camp Nou. Uma boa entrada para acalmar um possível maior ímpeto catalão e perto da baliza com Ter Stegen: Higuaín não rematou em condições em duas hipóteses que teve.

O Barcelona foi, porém, crescendo na partida. Neymar era o principal inconformado. No início e no fim. O brasileiro saiu em lágrimas da partida, depois de ter tentado de todas as formas furar a montanha que é a defesa bianconera.

Claro, também havia Messi. E Alba, que foi o principal alvo do Barça para chegar à área italiana. Ainda assim, a melhor ocasião caiu nos pés do argentino. Na área, em zona frontal, perante Buffon, Messi atirou ao lado.

A meio da primeira parte, a Juventus equilibrou de novo e percebia-se que faltava o golo catalão para dar ânimo à equipa e às bancadas.

Ao intervalo, o Barça ainda nem tinha saído da tal base, quanto mais estar perto do topo. Os 4-0 com que saiu de Paris eram maiores do que os 3-0 de Turim, mas a Juventus não é o PSG. Se os franceses eram uma montanha mais alta, os transalpinos uma cordilheira inteira.

É certo que o Barça desperdiçou ocasiões no segundo tempo. Podia ter ganho o jogo. Talvez até o merecesse. Mas a Juventus foi melhor no primeiro encontro e controlou no segundo. Se o 0-0 pode ser um pouco injusto para o Barça nesta noite, as meias-finais só podiam ser para uma das equipas em confronto nesta noite.

A que foi melhor na eliminatória de forma tão evidente, que tem de deixar os culés a refletir, dias antes do clássico com o Real Madrid.