UEFA: Portugal em mínimos históricos e uma montanha para recuperar

É preciso recuar 13 anos para recordar algo assim. A última vez que Portugal teve apenas três equipas nas fases de grupos das competições europeias, como irá acontecer este ano, foi em 2005/06. Esta é uma temporada de mínimos históricos para Portugal na Europa e a perda prematura de duas equipas – Rio Ave primeiro e agora Sp. Braga – complica ainda mais as contas para o futuro próximo.

Nessa temporada 2005/06 FC Porto e Benfica estavam nos grupos da Champions e a fase de grupos da Liga Europa dava os primeiros passos (tinha começado na época anterior). Apenas lá chegou o V. Guimarães, depois de Sporting, Sp. Braga e V. Setúbal terem sido eliminados naquela que se chamava então primeira ronda.

Na atual temporada restam apenas em prova o FC Porto, na fase de grupos da Liga dos Campeões, o Sporting, na Liga Europa, e o Benfica, que ainda terá de jogar o play-off de acesso aos grupos da Champions, mas terá sempre lugar na fase de grupos da Liga Europa se falhar o primeiro objetivo.

A presente temporada define o ranking para 2020/21, sabendo-se desde já que na próxima Portugal manterá o sétimo lugar, com apenas uma entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões. Mas muito dificilmente conseguirá recuperar terreno à Rússia, que está atualmente no sexto lugar, com duas equipas com presença assegurada nos grupos da Champions.

São neste momento mais de seis os pontos da vantagem da Rússia, que mantém em competição as seis equipas com que entrou esta época. Portugal tem apenas três a poder pontuar, tendo que dividir o somatório de pontos dessas três pelas cinco iniciais.

Contas feitas, os três portugueses que restam terão de fazer pelo menos mais 32 pontos que a Rússia para subir ao sexto lugar. Ou seja, pontos suficientes para que depois da divisão pelas cinco equipas originais o saldo seja superior a seis pontos. Para dar uma ideia, isto representa 16 vitórias na época (uma vitória vale dois pontos para o ranking e um empate vale um, sendo que cada ponto divide pelas equipas presentes no arranque da época).

As contas não são lineares, porque há pontos de bónus por apuramento: na Champions quatro para a fase de grupos e cinco para os oitavos, mais um por cada uma das rondas seguintes; na Liga Europa um ponto pela qualificação para quartos de final, meias-finais e final.

Portanto, Portugal teria de fazer uma época para o ranking ao nível das melhores de sempre – o recorde são 94 pontos em 2010/11, a época em que o FC Porto venceu a Liga Europa na final com o Sp. Braga e o Benfica chegou igualmente à meia-final.

Portugal também tem de olhar para quem vem atrás, embora o sétimo e o oitavo lugar tenham o mesmo efeito prático em termos de distribuição dos clubes nas competições europeias: apenas o campeão direto nos grupos da Champions, o segundo classificado na terceira pré-eliminatória e três equipas na Liga Europa, apenas uma delas garantida nos grupos.

Em relação à Ucrânia, oitava, são nesta altura 20 os pontos de vantagem de Portugal. A Ucrânia tinha cinco clubes em prova à partida e perdeu até agora um, o Mariupol.

Sistema de cálculo: são consideradas as últimas cinco temporadas. Para cada uma, o total de pontos conseguidos pelas equipas (2 por vitória, 1 por empate, metade destes valores nas pré-eliminatórias) é dividido pelo total de equipas desse país que participam nas competições europeias do ano em causa. O acesso à ronda de grupos da Liga dos Campeões rende quatro pontos de bónus. A isto há que acrescentar cinco pontos de bónus por cada presença nos oitavos-de-final da Champions e, depois um ponto pelos quartos de final, meias finais e outro ainda pela chegada à final. Na Liga Europa, a presença na fase de grupos vale dois pontos. Chegar aos quartos, meias e final vale um ponto de bónus por cada uma das etapas cumpridas.