Esmagador. O campeão da Europa e do Mundo, mesmo com muitas limitações, foi ao Estádio Olímpico de Roma atropelar a Lazio com uma vitória por 4-1. A equipa de Hans-Dieter Flick protagonizou uma primeira parte demolidora, aproveitando todos os erros da equipa de Simone Inzaghi para marcar três golos até ao intervalo. O segundo jogo, marcado para 17 de março, não será mais do que uma viagem de turismo dos romanos a Munique.

Um jogo inédito entre duas equipas que nunca se tinham cruzado nas competições europeias, com um registo histórico bem distinto, com os bávaros a chegarem aos oitavos de final pela 13.ª vez consecutiva e os italianos a somarem apenas a segunda presença na fase a eliminar, mais de vinte anos depois da primeira. A verdade é que os italianos podiam sonhar diante de um campeão da Europa que se apresentava em Roma com muitas baixas [contou apenas com seis suplentes no banco], algumas delas, peças fulcrais na estrutura de Hans-Dieter Flick, como Gnabry ou Müller.

Além disso, o campeão alemão vinha de uma derrota em Frankfurt (1-2), numa temporada em que está a revelar muitos problemas defensivos, e num momento em que sofre golos há oito jogos consecutivos. Números que deixaram de fazer sentido quando o jogo começou, com a equipa bávara a assumir o papel de rolo compressor e a empurrar a Lazio para o seu setor defensivo.

Simone Inzaghi procurou precaver-se com uma linha defensiva com cinco elementos e um meio-campo bem preenchido, mas os bávaros desbarataram por completo as pretensões italianas de adiar o primeiro golo. Com Süle e Alphonse Davies a alargarem o jogo sobre as alas, Kimmich, Musiala, Goretzka e Sané baralhavam por completo as marcações da zona central, desfazendo por completo a consistência que os italianos já não conseguiam suster.

O domínio do Bayern começou por ser demonstrado por uma elevada posse de bola que, aos poucos, foi ganhando profundidade, obrigando a Lazio a cometer erros atrás de erros. Um deles crasso, de Musacchio, que, ao procurar atrasar a bola para Reina, permitiu a intercepção de Lewandowski que ainda ultrapassou Lucas Leiva antes de bater Reina como quis. Um verdadeiro brinde, logo aos 9 minutos, daqueles que o polaco não desperdiça. Estava aberto o descalabro da Lazio.

Os italianos nem tiveram oportunidade de reagir, uma vez que o Bayern continuava dono e senhor da bola, a rodar a bola por todo o campo, à procura de nova oportunidade. Numa arrancada de Davies, a bola veio da esquerda para o centro, onde Goretzka serviu Musiala, o menino prodígio do Bayern, que rematou colocado, sem hipóteses para Reina. Um golo que confirmava o que já era evidente, a estratégia de Inzaghi estava comprometida e o treinador procurou remendar, prescindindo de Musacchio, irremediavelmente ligado ao primeiro golo, para tentar equilibra a equipa com Lulic.

A Lazio até melhorou, ensaiou os primeiros ataques, mas a verdade é que o Bayern continuou a manter uma pressão insustentável e, cada vez que os italianos subiam no terreno, os bávaros ameaçavam no golo. E marcaram mesmo mais um antes do intervalo. Coman arrancou que nem um foguete pela esquerda, entrou na área e fuzilou Reina. O experiente guarda-redes espanhol ainda defendeu, mas a bola ficou à mercê do letal Sané que assinou o 3-0.

A segunda parte começou com um pontapé de canto para a Lazio e novo golo para o Bayern. Mais uma transição rápida, desta vez com Sané a acelerar pela esquerda e a cruzar para o segundo poste, à procura da chegada de Davies, mas Acerbi chegou primeiro, mas acabou por desviar a bola para as redes de Reina. A segunda parte mal tinha começado e o Bayern já vencia por 4-0.

Desta vez a Lazio conseguiu esboçar uma reação e, depois da bola ao centro, Correa acabou por reduzir a pesada diferença, num lance individual, com o argentino a passar por quatro jogadores do Bayern, no interior da área, antes de atirar a contar. Muita passividade da defesa bávara neste lance. Os italianos ainda tiveram mais uma oportunidade, num remate na passada de Immobile, mas o Bayern voltou a assumir o controlo do jogo, numa fase mais feia da partida, com muitas faltas e muitos cartões amarelos.

Ainda assim, o Bayern continuou por cima do jogo e podia ter voltado a marcar, com destaque para um remate à meia volta de Lewandowski, depois de uma grande receção do polaco na área da Lazio. Hans-Dieter Flick também foi gerindo a equipa, com os poucos recursos que tinha no banco, e o bayern foi gerindo a vantagem até final, sempre com bola. Prova disso é que Choupo-Moting e Bouna Sarr estiveram junto à linha para entrar no jogo ao longo de seis minutos, sem que a bola saísse das quatro linhas, para as devidas substituições.