Um grande golo para cada lado no Santiago Bernabéu e Real Madrid e Manchester City deixaram tudo em aberto para o segundo jogo, marcado para 17 de maio, para o Estádio Etihad. A equipa de Carlo Ancelotti marcou no melhor período dos ingleses, mas depois o conjunto de Guardiola respondeu na mesma moeda e empatou quando os merengues pareciam mais confortáveis no jogo. Para a história ficam os grandes golos de Vinicius e De Bruyne, entre grandes defesas de Ederson e, sobretudo, de Courtois. Uma nota para a arbitragem tranquila de Artur Soares Dias, sereno a decidir e comedido nos cartões.

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O cartaz do jogo prometia mais um grande espetáculo, tal como o da época passada, também nas meias-finais, com o City a vencer o primeiro jogo por 4-3, para depois cair no Bernabéu, no prolongamento, com uma derrota por 1-3. Frente a frente, o monstro Karim Benzema (41 jogos/30 golos/4 na Champions) e a máquina Erling Haaland (46 jogos/51 golos/12 na Champions), com os respetivos escudeiros, Modric, Rodrygo e Vinicius de um lado, De Bruyne, Bernardo Silva e Grealish do outro.

Entrou melhor o Manchester City, com um bloco bem subido, com trocas de bola ao primeiro toque a permitirem uma rápida progressão no terreno. Gundogan e De Bruyne impunham a lei ao centro, enquanto Bernardo Silva e Rodri esticavam o jogo para as alas.

O Real Madrid, por seu lado, fechou-se bem e consentiu que o adversário assumisse as rédeas do jogo. Uma estratégia que chegou a parecer arriscada, quando os citizens ensaiaram os primeiros remates à baliza de Courtois. Primeiro Haaland [em noite pouco inspirada], depois De Bruyne, logo a seguir Rodri, este último com um grande pontapé a obrigar o belga a voar.

No entanto, em apenas dois lances, o Real Madrid deixou claro que também podia chegar rápido à baliza contrária. Primeiro numa combinação espetacular entre Benzema e Vinicius, com o francês a dar de calcanhar para o brasileiro arrancar em velocidade e voltar a servir o francês já à entrada da área. Pouco depois foi o brasileiro a roubar uma bola a Stones, sobre a esquerda e a cruzar à procura do francês. Neste caso valeu ao City um corte imperial de Rúben Dias em carrinho.

Estavam lançados os dados. O City tinha uma elevada posse de bola, acima dos setenta por cento, tinha mais ataques e muitos mais remates, mas os merengues, como já sabemos, são manhosos e isso ficou bem claro ao minuto 36. Um toque subtil de Modric permitiu a Camavinga, adaptado à defesa do corredor esquerdo, arrancar em velocidade para depois colocar no corredor central onde apareceu Vinicius a bater Ederson com um pontapé fenomenal. Cínico, mas acima de tudo, oportuno e espetacular. O Real Madrid saía na frente.

Um golo que mudou o jogo de forma radical. O Real Madrid, em vantagem, ficou mais confortável sobre o relvado, o City, por seu lado, perdeu a iniciativa, perdeu o controlo, perdeu a bola até ao intervalo.

Real Madrid relaxa, City chega ao empate

A segunda parte foi bem mais equilibrada, com menos riscos de parte a parte. O Real Madrid regressou com uma confiança crescente e até criou a primeira oportunidade, numa grande triangulação entre Carvajal, Vinicius e Benzema, com o francês a rematar por cima.

O Manchester City procurou recuperar o ascendente que chegou a ser evidente na primeira parte e De Bruyne, com mais um grande pontapé, voltou a testar os reflexos de Courtois que ficou a queixar-se da mão, tal foi a potência do remate do compatriota.

A verdade é que o jogo estava bem mais equilibrado, ao ponto de nenhum dos treinadores arriscar promover uma alteração. Carlo Ancelotti, com a equipa mais desgastada, com a final da Taça do Rei, fez as primeiras substituições apenas a partir do minuto 80. Pep Guardiola, que tinha poupado meia equipa no último jogo, manteve o onze inicial intato até ao final.

Como já dissemos, o Real Madrid estava bem mais confortável no jogo, uma vez que o City já não conseguia pressionar tão alto e a bola já não chegava tão facilmente ao tridente da frente, mas foi precisamente nesta altura, ao minuto 67, que o City chegou ao empate. Um mau passe de Camavinga permitiu a Rodri uma recuperação em zona alta, Gundogan segurou de costas para a baliza e libertou a bola para a bomba imparável de De Bruyne. Estava feito o empate. Mais um grande golo no Bernabéu.

A partir daqui, o jogo foi morrendo, com as duas equipas a darem prioridade à defesa das respetivas balizas para não irem para o segundo jogo em desvantagem. Até ao final, apenas mais uma oportunidade evidente, num lance de bola parada. Livre sobre a esquerda para Kroos, com o alemão a meter a bola no segundo poste, onde surgiu Benzema a cabecear para grande defesa de Ederson.

Fica, assim, tudo em aberto, para o jogo da segunda mão, a 17 de maio, em Manchester.