Na véspera de defrontar o Real Madrid, o central Giorgio Chiellini fala sobre a confiança da Juventus perante a difícil tarefa nestes quartos-de-final da Liga dos Campeões.

«Favorito? A Juventus», disse o italiano em entrevista ao El Mundo, com risos a acompanhar a resposta. «Sentimo-nos dessa forma, convencidos, mas é inegável que, no momento atual, os espanhóis são sempre favoritos nesta prova».

«O Manchester City e o Bayern estão bem, mas o Real Madrid e o Barcelona têm algo mais», acredita Chiellini. «Ambos evoluíram muito nos últimos anos, e seguem no topo, e não apenas por causa de Cristiano Ronaldo Messi».

O central lembra que, antes do jogo frente ao PSG, dos oitavos de final, «parecia que o Real Madrid estava morto, quando engatou no Bernabeu». «Eu já sabia que não estavam mortos. Quem já os defrontou sabe que, quando se hesita, o Real morde e mata. Tem isso dentro».

Também a Juventus tem essa característica de renascer. «É a ambição, uma qualidade difícil de analisar, acompanhada de trabalho, sacrifício, uma cultura de anos», frisa Chiellini.

No Real Madrid, o defesa encontrará uma referência na sua posição. «Jamais terei a qualidade ou a explosividade de Sergio Ramos. Na minha opinião é o melhor central do mundo e sabe jogar os jogos que contam a sério».

Chiellini recorda as finais perdidas contra Barcelona e Real Madrid. «Foram diferentes, mas apaixonantes. Perder finais é doloroso, claro, mas é muito positivo jogá-las. Só assim cresces em competitividade. É preciso perder muito para poder ganhar. Este ano acreditamos que vamos fazer algo grande».

Questionado sobre como se defende Messi e Cristiano, Chiellini confessou: «Como se pode».

«São diferentes. Cristiano mudou a sua forma de jogar nos últimos anos. Não sei se foi por causa da lesão no Europeu ou por poupar energia à medida que a idade avança. Antes era um sete, agora é um nove monstruoso. A sua força nasce de querer ser o melhor a todo o custo, sempre… recordo que uma vez perdeu uma bola numa ação insignificante e mostrou uma raiva estranha. Era como se tivesse perdido uma final», frisou. «Joga sempre como se fosse a primeira e a última vez».

«Messi não mostra, mas não é tão diferente. Tem uma rapidez brutal partindo do zero. Arranca e vai sempre onde te pode causar mais dano. É inalcançável», adiantou, não querendo dizer quem é melhor. «Vendo os números de ambos, não se pode dizer quem é melhor. Têm sorte de estar um frente ao outro, de competirem na liga, rivais diretos».

Para o central, licenciado em Economia e com doutoramento, o que falta à Juventus «é avançar em termos de marketing para estar ao nível do Manchester United, Real Madrid ou Barcelona». «Se tivemos poder económico, tenho a certeza de que a Juventus terá condições

Chiellini diz que voltou a falar com Suarez desde o incidente em que o uruguaio o mordeu no Mundial. «Foi um prazer porque é um grande avançado e é sempre um desafio. Gostava de trocar de camisola com ele», afirmou, lamentando que o avançado tenha sido castigado com uma pena «tão exagerada» na altura.