Houve triunfo romano esta noite, na Cidade Eterna, com Edin Dezko a ser o comandante da Roma na batalha frente ao Shakhtar Donetsk. Os giallorossi eliminaram o campeão ucraniano e repetem a presença nos quartos de final da Liga dos Campeões dez anos depois.

O avançado bósnio aproveitou o mau posicionamento da defesa para apontar o golo solitário do encontro, assistido por Strootman.

O espetáculo na primeira parte foi pobre, sem grandes motivos que agarrassem os espetadores.

Os transalpinos, devido à derrota por 2-1 em Kharkiv, entraram com a corda toda. Mais rápidos, mais agressivos e assinaram logo a primeira aproximação à baliza de Pyatov. Combinação simples entre Nainggolan e Dzeko, com o pontapé do bósnio a acabar nas mãos do guarda-redes ucraniano.

FICHA E JOGO AO MINUTO

A pressão romana era quase asfixiante e dificultava a saída curta do Shakhtar Donetsk. Ainda assim, ao décimo minuto de jogo os ucranianos sacudiram a pressão e por pouco não marcaram. Florenzi desviou o livre cobrado por Bernard e a bola por pouco não acabou no fundo da própria baliza.

O Shakthar Donetsk tricotava mais o jogo. Era paciente, tocava, tocava e tocava sempre à procura do melhor espaço para chegar a terrenos mais ofensivos. Por sua vez, os romanos corriam atrás da bola como gladiadores atrás do seu alvo e eram pragmáticos nas suas ações: cinco toques no máximo e bola rapidamente nas faixas laterais ou em posição frontal.

Na batalha dos bancos, era Di Francesco quem parecia levar a melhor. A fórmula idealizada pelo técnico italiano aparentava colocar a sua equipa mais perto do golo. Pyatov, aos 25 minutos, evitou com uma palmada que Kolarov servisse Dzeko e, mais tarde, o lateral sérvio voltou a centrar, mas Under chegou atrasado para a emendar.

Pelo meio, Fred tentou de longe resolver o problema dos ucranianos em chegar perto da baliza de Alisson. O pontapé de meia-distância saiu forte, mas não incomodou o internacional brasileiro. Facundo Ferreyra – jogo pouco conseguido do argentino – obrigou Fazio a errar e por pouco não conseguiu ser feliz.

Nenhum jogador se conseguia libertar das amarras táticas do jogo. Ao intervalo, o resultado traduzia o pouco que as duas equipas produziam. Ainda assim, o Shakhtar Donetsk continuava em vantagem na eliminatória e perto de regressar aos quartos de final da Liga milionária após um interregno de sete anos.

Adivinhava-se que apenas um erro poderia desequilibrar um jogo demasiado fechado. E ele apareceu, a favor dos romanos. Mau posicionamento de Butko e Ordets a deixar espaço para Dzeko receber o passe longo de Strootman. Na cara de Pyatov, o bósnio colocou-lhe a bola por entre as pernas e colocou o anfiteatro romano em ebulição.

A Roma o que é de Roma. Os romanos recuperaram o lado mais rico do futebol do seu país: o lado defensivo. E deram-se bem. Solidários, prepararam-se para o ímpeto do Shakhtar Donetsk, obrigado a correr atrás do resultado.

Em duas das várias transições rápidas romanas, Dzeko tentou em jeito abrir a porta para os quartos de final, mas foi pouco eficaz em ambas as tentativas. À entrada para o último quarto de hora, Ordets derrubou o avançado da Roma e recebeu ordem de expulsão.

Tarefa complicadíssima para o campeão ucraniano que, apesar da inferioridade numérica, manteve-se fiel ao futebol de posse e de toque curto. Fonseca, certamente orgulhoso por ter a equipa fiel à sua ideia, arriscou e fez a Roma sofrer. Dentinho, no penúltimo minuto de compensação, não conseguiu emendar um bom cruzamento de Taison.

Foi o canto do cisne para a equipa do técnico português que deu uma excelente réplica. Os ucranianos caíram de pé. Por seu turno, o vice-campeão de Itália continua à procura de recuperar a velha glória romana.