O «leão» mostrou enorme garra na visita a Gelsenkirchen, mas saiu da Alemanha com nova derrota da Liga dos Campeões, embrulhada num sentimento de frustração por conta de uma arbitragem que lhe foi prejudicial, sobretudo pela grande penalidade inexistente que dá o triunfo ao Schalke em período de descontos.

O Sporting também cometeu alguns erros que se pagam caro a este nível, é certo, mas soube depois compensá-los e ainda chegou à igualdade, mesmo a jogar em inferioridade numérica. O penálti sofrido ao cair do pano foi um duro golpe que a equipa de Marco Silva não podia evitar, por tratar-se de um erro alheio, da equipa de arbitragem liderada pelo russo Sergei Karasev.

Embalado pelo triunfo no Dragão, o Sporting entrou confiante no jogo, guiado por Nani. O camisola 77 começou a ameaçar a baliza alemã logo aos dois minutos, mas aos 16 colocou mesmo a equipa portuguesa em vantagem. Um golo que nasce de uma jogada de laboratório bem delineada por Marco Silva, com João Mário, na cobrança de um canto, a colocar a bola rasteira, na marca de penálti. Nani até nem pegou bem na bola, mas o corte falhado por Huntelaar acabou por enganar Fahrmann, que foi mal batido.

O Schalke reagiu de imediato, com Draxler a rematar de primeira após cruzamento da direita e a bola a sair ligeiramente ao lado. O Sporting perdeu depois Slimani por lesão, mas o pior veio depois, com Maurício a ver o segundo cartão amarelo de forma escusada, carregando Höger pelas costas numa disputa de bola pelo ar (33m).

Depois, na sequência do livre, foi Rui Patrício a errar. Obasi desviou o cruzamento de Aogo mas beneficiou do erro do guarda-redes leonino, que deixou a bola bater no chão mesmo à sua frente e depois esta passou-lhe por cima das mãos (34m).

Da reação à injustiça

Marco Silva prescindiu de João Mário para colocar Sarr no lugar de Maurício, mas o Sporting sentiu naturais dificuldades para controlar o Schalke, que acabou por consumar a reviravolta no marcador ao sexto minuto do segundo tempo. Huntelaar apareceu solto na área, em posição duvidosa, e rematou cruzado para o 2-1.

Forte nas bolas paradas ofensivas, o Schalke voltou a recorrer a esse trunfo para marcar o terceiro golo, por intermédio de Höwedes, que nas alturas bateu Sarr, que já tinha provocado o livre.

O Sporting parecia afastado da discussão do jogo, mas reagiu com grande carácter e ainda conseguiu chegar ao empate, mesmo em inferioridade numérica. Adrien liderou a reação, com dois golos marcados. O primeiro a punir um penálti claro, sobre Carrillo (64m), e depois um cabeceamento ao segundo poste, após cruzamento bem medido de Cédric (78m).

O empate teria de ser visto como um resultado positivo, dadas as condicionantes, mas esse ponto fugiu nos descontos, por força da tal grande penalidade existente apenas aos olhos do árbitro de baliza. Choupo-Moting garantiu o triunfo do Schalke e deixou o Sporting em posição complicada na luta pelo apuramento, embora tudo esteja ainda em aberto. Uma vitória caseira sobre o Schalke torna-se, no entanto, obrigatória.