Figura: Talisca, a arte de desaparecer para voltar a aparecer em grande
Um início de jogo promissor, para depois desaparecer por largos minutos, para voltar a aparecer na ponta final quando a equipa mais precisava dele e marcar o golo que mantém o Benfica na corrida para os «oitavos». Entrou muito bem no jogo, a colocar-se entre Salvio e Gaitán, para jogar na vertical, com súbitas mudanças de velocidade a partir o jogo. Fez uma arrancada, fez duas e uma assistência mortal que Salvio não conseguiu dar a melhor sequência. Mas depois de sair para por gelo na face, na sequência de um choque com um adversário, não voltou a ser o mesmo. Esteve por muito tempo desaparecido do jogo, chegou a trocar de posição com Gaitán, mas perdeu definitivamente a influência que tinha prometido nos primeiros minutos. Jesus chegou a chamá-lo junto à linha para o incentivar e a verdade é que voltou a aparecer em grande ao minuto 82 para concluir da melhor forma o pontapé de canto com um golo que pode valer muitos milhões.


Momento: Júlio César decisivo
Minuto 58. Carrasco-Ferreira já tinha deixado André Almeida nas suas costas e contornou ainda Jardel, antes de ficar com a baliza desamparada pela frente. As bancadas da Luz gelaram, com um silêncio profundo, num lance que parecíamos estar a ver em câmara lenta, mas logo a seguir rejubilaram com uma grande defesa de Júlio César. Uma defesa que permitiu ao Benfica continuar a acreditar até ao golo de Talisca.

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Outros destaques:


Gaitán: podia ter sido daquelas noites...
Uma noite que podia ter sido brilhante, mas que não chegou a ser. O argentino derramou classe sobre o relvado, mas nos momentos decisivos deixou escapar a glória. Entrou no jogo com uma espetacular trivela a lançar Derley e, em poucos minutos, deixou claro que esta bem podia ser uma noite para guardar na memória, com rápidas combinações e diagonais a abrir brechas na defesa do Monaco. Sempre que tocava na bola, esta saía redondinha, sentia-se que a qualquer momento podia sair magia. Mas depois, sempre que pode carregar naquela botão que faz os adeptos saltar das cadeiras, falhou. No primeiro remate, por cima da barra, levantou as mãos aos céus. A fechar a primeira parte, a melhor oportunidade, a chegar de um fantástico túnel de Enzo, mas, mais uma vez com a glória pela frente, a bola resvalou nas costas de Raggi, ganhou altura e voltou a passar por cima. Marcou o canto que permitiu ao Benfica desbloquear o teimoso marcador.


João Moutinho: o gestor do Monaco
É o grande gestor desta equipa. Quase todo o jogo da equipa francesa passa pelos pés do internacional português que, além de ser essencial nas movimentações da equipa, está em quase todos os lances de bola parada. Destacou-se ao longo do jogo pela garra que mete em cada disputa de bola que nunca dá por perdida.


Luisão: imperial no regresso de Jardel
Regresso tranquilo de Jardel ao onze numa noite em que Luisão pagou todas as despesas. Aos 33 anos, o central continua imperial nas alturas, ganhou todas as bolas de cabeça, deixando o seu companheiro de posição solto para as segundas bolas.


Ferreira-Carrasco: noite difícil para André Almeida
O Monaco jogou inclinado para a direita, com Moutinho a preferir quase sempre Ferreira-Carrasco a Ocampos para dar profundidade ao ataque pelas alas. Certamente uma indicação de Leonardo Jardim que terá antecipado mais facilidades em furar pelo lado de André Almeida e Jardel do pelo flanco de Maxi Pereira e Luisão. E o avançado que tem sangue português esteve muito perto de marcar na segunda parte, surgindo por duas vezes destacado diante de Júlio César.


Lima: entrou para desequilibrar
Boa entrada do brasileiro que, em poucos minutos, deixou claro que podia fazer muito mais do que Derley que não é propriamente um jogador de área. A entrada do brasileiro desequilibrou definitivamente o jogo a favor do Benfica.