As novas oportunidades não vieram acompanhadas com a necessária motivação e o Benfica não conseguiu evitar o pior registo de sempre de uma equipa portuguesa numa fase de grupos da Liga dos Campeões. Um adeus triste da equipa de Rui Vitória às competições europeias, com a sexta derrota em outros tantos jogos, com o registo negativo de 14 golos consentidos e apenas um marcado. Os suíços vieram à Luz determinados em garantir o bilhete para os oitavos e acabaram por o conseguir, com novo triunfo sobre a equipa de Rui Vitória, com dois golos inadmissíveis a este nível.

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Os suíços entraram determinados em conseguir o que precisavam para garantir a qualificação para os oitavos sem ter de estar a olhar para o que se passava em Old Trafford e a verdade é que aos oito minutos já venciam por 1-0, numa altura em que o Benfica procurava ainda encaixar as peças novas no renovado onze de Rui Vitória. Arrancada fulgurante de Michael Lang pelo flanco direito e cruzamento largo para a entrada impetuosa de Elyounoussi que bateu Svilar com uma cabeçada imparável.

Um choque na Luz que tinha ainda na memória os cinco consentidos em Basileia. No entanto, os suíços, depois de adquirida a vantagem, recuaram em toda a largura no terreno, permitindo ao Benfica espaço e tempo para se recompor em campo e reagir ao golo.  Apear do ritmo baixo, o Benfica conseguiu prender os suíços por largos minutos junto à sua área, alargando o jogo para as faixas e criando uma série de oportunidades. Pizzi, com um remate de fora da área, deu o mote. Seguiram-se Lisandro e Jardel que também estiveram perto de marcar na sequência de pontapés de canto. O Benfica pressionava como gosta e Diogo Gonçalves, Seferovic e Douglas também tiveram oportunidades para visar a baliza de Vaclik.

Faltava apenas afinar a pontaria para o Benfica chegar ao empate. O Basileia só conseguiu livrar-se das amarras nos últimos dez minutos antes do intervalo, com mais um remate de Elyounoussi na zona central e mais uma carga de Steffen, outra vez pelo lado de Eliseu, que só não deu em golo porque Jardel antecipou-se a Akanji na área. Os últimos instantes da primeira parte voltaram a ser do Benfica e Eliseu esteve perto de marcar, mais uma vez na sequência de um canto.

Ao intervalo os suíços terão tomado conhecimento que o CSKA também estava a vencer em Old Trafford e, talvez por isso, entraram para a segunda parte novamente retraídos, com um bloco muito baixo, oferecendo meio-campo ao Benfica. A equipa de rui Vitória conseguia, desta vez, circular a bola com velocidade, procurando aberturas e João Carvalho esteve perto de marcar, num desvio a passe de Samaris. Rui Vitória sentiu a nova dinâmica e procurou dar mais um impulso à sua equipa com entrada de Jonas. As bancadas da Luz voltaram a despertar, mas foram os suíços que voltaram a marcar, num lance de bola parada. Livre de Zuffi, descaído para a esquerda, a colocar a bola no segundo poste, cabeçada de Akanji para Oberlin marcar, também de cabeça, em mergulho, com a defesa do Benfica aos papéis. Muito fácil.

Um golo que acabou de vez com a dinâmica que o Benfica tinha procurado trazer para a segunda parte. Um golo que bateu fundo, numa altura em que os suíços, nas bancadas, festejavam também a reviravolta do United em Old Trafford. Rui Vitória ainda lançou André Almeida e Gabriel Barbosa, mas a equipa já não estava em sintonia e foi por pouco que o Basileia não fez o terceiro depois de um erro tremendo de Svilar.

O Benfica ainda puxou por uma réstia de brio e, com Seferovic, Jonas e Gabiel Barbosa na frente, ainda carregou sobre a baliza de Vacík até final, mas nem um golo de honra conseguiram. Pelo contrário, os suíços voltaram a estar mais perto do terceiro, aproveitando o evidente desequilíbrio do Benfica.

Um adeus triste à competição, ao som de assobios, com uma das piores assistências da época e mais uma exibição que deixou muito a desejar. Mais do que o jogo desta noite, toda a prestação do Benfica nesta competição fica para a história como a pior de sempre de uma equipa portuguesa, com zero pontos [o pior registo pertencia ao Sporting de 2000/01, com dois pontos], e mesmo uma das piores de sempre da história da competição, tendo em conta que o Benfica começou como cabeça de série e despediu-se com 14 golos sofridos e apenas um marcado.