Um início preocupante e o mesmo final feliz em Salónica, onde o Benfica sempre venceu e nesta noite achou o pote de ouro da Liga dos Campeões. Pela 14ª vez e nona consecutiva, os encarnados vão jogar a fase de grupos da prova.

Saído do dérbi, do duplo confronto com o Fenerbahçe e ainda dos jogos difíceis com Vitória e Boavista, talvez não fosse possível ao Benfica ser brilhante. Era, porém, exigido que fosse eficiente e passasse para a prática aquilo que a Luz mostrara: que é melhor do que o PAOK.

Era e é tão melhor que, ao intervalo, tinha o assunto encaminhado e aos 50 minutos tinha-o resolvido graças ao bis de Salvio, de penálti. Se não saiu o Euromilhões à águia nesta noite, saiu-lhe pelo menos o «TOTOloto» pela certeza do argentino na hora mais crítica.

As coisas começaram ao contrário em Salónica. Foi o Benfica quem errou demasiado no início e deu um ânimo extraordinário ao PAOK. Ainda se discutia a titularidade de Seferovic nos encarnados e os gregos já apareciam a causar perigo.

Um remate de Limnios aos cinco minutos e, pior do que isso, o buraco visto na defesa do Benfica nesse lance denotavam a falta de concentração das águias no princípio. Pois bem, a falta de atenção levou a que um livre estudado dos gregos deixasse o Benfica num embaraço. Pelo golo e pela imagem: uma equipa desatenta e a ver jogar ficou em desvantagem no play-off.

O PAOK ainda assustou de novo num contra-ataque, mas Grimaldo foi primeiro providencial ao cortar a incursão grega para, mais tarde na primeira parte, ser decisivo no ataque. Ora, quando o espanhol subiu e combinou com Cervi para uma jogada de marca registada do Benfica, já o PAOK tinha cometido demasiados erros na partida e, por isso, já se encontrava atrás na eliminatória.

Porquê? Por duas coisas. A marcação individual grega num canto que colocou Varela com Jardel – e o capitão encarnado foi mais forte e saltou mais alto – e a falha tremenda de Paschalakis. Herói grego na Luz, o guarda-redes perdeu a bola para Cervi e derrubou o argentino. De penálti, Salvio foi firme e fez o 2-1.

Ora, quando a tal jogada de Grimaldo e Cervi surgiu, Pizzi estava precisamente onde costuma estar. Na entrada da área, à espera do passe. O 21 dominou e foi fatal como tem sido neste início de temporada. O 3-1 ao intervalo deixava tudo claro. O Benfica não era brilhante, mas perante esta equipa grega, ser suficientemente Benfica chegava.

A história do encontro fez-se, assim, pelo primeiro tempo, com o epílogo guardado para o minuto 50: nova falta na área e Toto Salvio na marca de penálti outra vez. O argentino certificou que o Benfica regressa mais rico da Grécia e que, nesta quinta-feira, lá estará, no pote 2 do sorteio.

Quanto ao resto do jogo, duas ou três conclusões: o tempo foi passando e o PAOK até acabou reduzido a dez unidades, enquanto o clube da luz foi claramente superior e eficaz, mas deixou no campo várias falhas que outros adversários não vão desperdiçar. O Benfica que disputou a Champions 2017/18 sabe-o bem.