O Vitória está fora das competições europeias. Caiu em casa, no D. Afonso Henriques perante 19 mil espetadores, frente ao Celje no desempate através de grandes penalidades. Depois na derrota no tempo regulamentar (0-1), o jogo arrastou-se para prolongamento e para penáltis, sendo os eslovenos a ter maior dose de competência na marca dos onze metros (2-4).

De nada valeu à equipa vimaranense a vantagem trazida da primeira mão. O Vitória desconfiou de si próprio, nunca se conseguiu impor e permitiu que o Celje acreditasse que podia sair de Portugal com a eliminatória na mão. Conseguiu-o perante a inércia do Vitória de Guimarães.

Após um jogo com sete golos na primeira mão, Moreno repetiu o mesmo onze que a espaços foi prometedor na Eslovénia. Mas, a realidade é que esta noite nunca se conseguiu encontrar e pôs-se a jeito perante uma equipa organizada e competente, mas sem os atributos técnicos dos vimaranenses. Com objetivo de chegar à fase de grupos, a queda dá-se de forma precoce e sem glória nas competições europeias. Com estrondo.

Síndrome da vantagem difícil de estancar

No lançamento do jogo Moreno pediu à sua equipa para que esquecesse a curta vantagem com que entrou o jogo. Foi quase que uma premonição do que viria a ser prestação da sua equipa, que não conseguiu estancar no defeso uma das principais lacunas da época passada. A síndrome da vantagem.

Com um resultado que lhe era favorável, a equipa da casa sentiu-se desconfortável, não esteve alegre com a bola e falhou demasiados passes. Uma dificuldade já sentida na Eslovénia: apenas quando se viu aguçado o conjunto português deu resposta no jogo da 1.ª mão, tendo precisamente aí os momentos em que se superiorizou de forma descarada.

Este cenário permitiu ao Celje acreditar, somando alguns lances que, não chegando a ser perigosos, causaram calafrios junto da baliza de Bruno Varela. O safanão foi dado no derradeiro lance da primeira parte. Numa boa jogada de combinação ofensiva, Jota Silva serviu atrasado André Silva para o avançado atirar à base do poste.

Remate como antídoto pouco eficaz

Para a segunda metade a espécie de antídoto do V. Guimarães foi a ordem para rematar. Em carreira de tiro, os homens de cidade berço deixaram-se de cerimónias e ensaiaram o disparo à baliza de Rozman. Foram os médios a assumir essa despesa, tentando essencialmente de fora da área. O guarda-redes adversário foi resolvendo, com maior ou menor dificuldade.

Albert Riera, técnico do emblema esloveno, tinha avisado, contudo, que Celje estava vivo e na luta pela eliminatória. No jogo das profecias, também não falhou. Na sequência de um lance de bola parada Bajde forçou o que já se vinha a adivinhar: colocou o Celje na frente do jogo, igualando a eliminatória.

As substituições não significaram um upgrade no Vitória e, a exemplo do que aconteceu na primeira parte, nem o derradeiro lance do jogo foi sinónimo de sorte. Zé Carlos teve uma falha clamorosa já nos descontos ao rematar ao lado quando estava sozinho, depois de um primeiro remate, no interior da área. Foram necessários mais trinta minutos para se encontrar o vencedor da eliminatória.

Sobrevivência no prolongamento, antes da queda nos penáltis

No prolongamento assistiu-se a um jogo completamente aberto, com a componente física a ter um peso considerável. Qualquer um dos conjuntos podia ter abanado com as redes, notando-se claramente mais ansiedade no Vitória do que no próprio Celje, que teria já feito o mais difícil ao entrar na discussão da eliminatória.

A desconfiança foi evidente por parte da equipa da casa, que depois de vencer fora e de ter encaminhado viu-se numa situação que não esperaria. Entre sufoco de parte a parte, o jogo acabou mesmo por se arrastar para o desempate através de grandes penalidades.

Dois penáltis falhados por parte do Vitória, mesmo com uma defesa de Bruno Varela, precipitaram a saída do Vitória das competições europeias. A equipa de Moreno começa a temporada com um rombo forte nas suas aspirações.